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Contardo Calligaris: “O desejo feminino é apavorante para os homens”

O psicanalista e escritor fala a CLAUDIA sobre desejos sexuais e equidade de gênero

Por Flávia Gianini
9 abr 2018, 10h35
 (Gabriel Rinaldi/Reprodução)
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A revolução feminista tem dado muitos direitos às mulheres, mas ela também impacta os homens diretamente. Ao mesmo tempo que elas vêm ganhando mais autonomia, independência e lutando pela equidade, eles começaram a rever suas convicções, o jeito de agir, as velhas crenças.

Alguns homens, mais abertos a mudanças, observam o processo e tentam encaixar-se nele com certa naturalidade. Outros apresentam resistência e reagem agressivamente por considerar que perderam o poder sobre a fêmea.

CLAUDIA convidou quatro homens que influenciam grandes públicos a falar sobre o que aprenderam com esse processo. Eles também contam como enxergam o perfil da nova mulher e de que forma isso os afetou. São eles: Fábio Porchat, Fabrício Boliveira, Mano Brown Contardo Calligaris.

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O primeiro depoimento é o do psicanalista e escritor Contardo Calligaris. Confira:

“O desejo feminino é o que existe de mais apavorante para os homens e a razão da estrutura social patriarcal como a conhecemos. O ódio pela mulher não é um acidente de percurso; a posição histórica que a mulher foi obrigada a aturar, evidentemente subalterna, não é um acidente. Mas isso eu sei que não verei mudar; talvez meus filhos ou netos, se os tiver.

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Só então os homens vão descobrir que as mulheres têm desejos – tanto quanto eles. Estou falando de todo tipo de desejo, mas principalmente do sexual, que ainda é muito negligenciado pelos homens. Eles acreditam que elas só buscam sexo quando estão loucamente apaixonadas, se ele estiver atrelado a um sentimento.

Porém, as mulheres reagem, aparecem com os seios descobertos em blocos de Carnaval – essa coisa de escancarar o feminino na nossa cara, que remonta muito ao movimento dos anos 1970 e 1980. Os homens entram na defensiva. Entretanto, vamos chegar a um ponto em que o homem desejará uma mulher justamente por ela ser mulher, e não com a condição de que ela se torne um apêndice para a sua masculinidade. O que estamos vivendo agora é o fenômeno histórico mais significativo do século 21.

É essa relação mais íntima entre mulher e homem, que me instiga, porque, de resto, quanto à presença delas em governos, conquista de equidade salarial, isso vai acontecer sem nenhuma dúvida. O mais dolorido será deixarmos de lado essa cultura profunda e essencialmente misógina, que nos conduz há três milênios.”

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