No filme, a personagem Liz Gilbert viaja de Nova York para Roma, Índia e Bali
Foto: Columbia Pictures/Divulgação
Não é à toa que “Comer, Rezar, Amar”, livro de Elizabeth Gilbert, já está há mais de dois anos na lista dos mais vendidos no Brasil. A deliciosa trama autobiográfica é uma comédia romântica que viajou pela Itália, Índia e Indonésia e conquistou tanta gente que até ganhou uma versão para as telonas, protagonizada por Julia Roberts. A atriz conversou com a revista GLOSS. Confira!
Você já sentiu necessidade de promover uma mudança radical na vida, como a personagem do filme?
Julia Roberts: Ah, me lembro uma vez em que saí com uns amigos que tinham acabado de se mudar para a França e fiquei pensando em como seria incrível abandonar tudo e morar na casa deles. Andava cansada da minha vida.
Que avaliação você faz da crise de sua personagem, uma mulher que de repente descobre que não quer mais estar casada apesar de viver uma relação aparentemente perfeita?
Julia Roberts: Acho que a dor foi mútua, de Elizabeth e do marido. Os dois tinham um relacionamento longo, e Elizabeth foi percebendo que eles queriam seguir caminhos muito diferentes. As pessoas vão mudando nas relações… Hoje Elizabeth mora em Connecticut com o amor que conheceu em Bali.
“Comer, Rezar, Amar” a levou para a Itália, a Índia e Bali por quatro meses. Como você lidou com a distância da família?
Julia Roberts: Levei filhos e marido comigo. Danny só não conseguiu nos acompanhar na parte da Índia. Nós não tivemos nenhum privilégio nessas filmagens, nem para o bem nem para o mal. [Risos.] Andávamos pelas ruas livremente… As crianças acompanharam tudo, estavam o tempo todo comigo. Precisamos de muito planejamento porque essa não é uma viagem que você decide fazer e uma semana depois está de malas prontas. Mas não gosto de me separar dos meninos, ainda mais de deixá-los na Califórnia, onde o assédio é grande.
Como assim?
Julia Roberts: A fama tem vida própria, você não consegue controlá-la. Uma vez vi na internet fotos dos meus filhos brincando em um parque. As pessoas postaram comentários do tipo Nossa, olha como um é lindo e o outro é tão feio… Fiquei muito triste com isso.
Seus looks tiveram de ser repensados na Itália? Você ganhou mais de 5 quilinhos lá…
Julia Roberts: Engordei de tanta pizza [eram cerca de oito pedaços por dia] e macarrão. Tudo bem, já que estávamos filmando o comer do livro.
No filme, sua personagem diz: Chegou a hora de parar de ter medo de comida. Sendo atriz, você pode se dar a esse luxo na vida real?
Julia Roberts: Não só acho que uma atriz pode como deve dar um basta nessa loucura. Vejo mulheres sofrendo por causa da ditadura da magreza e fico me perguntando: Por que compactuamos com isso? No meu caso, estou muito velha para toda essa idiotice. Hoje não sou tão magra, mas me sinto mais bonita assim. Meu marido me deu estes quadris! [Risos.].
Javier Bardem e Julia Roberts, como Felipe e Elizabeth, numa das cenas do filme
Foto: Columbia Pictures/Divulgação
Autora fala à Lola Magazine
Aos 41 anos, Elizabeth Gilbert lidera a lista de livros mais vendidos, tem uma adaptação para as telonas que é sucesso nas bilheterias, é casada com um brasileiro e ganha muito bem. Na entrevista para a edição de estreia da revista Lola, ela fala mais sobre divórcio, problema por qual passou e tema em que se inspirou para escrever “Comer, Rezar, Amar”.
Você ganha mais e é mais famosa do que o seu marido. Isso já foi um problema para vocês?
Elizabeth Gilbert: Ainda pode ser um problema para alguns homens, mas cada vez menos. As mulheres não só estão ganhando mais, mas também se destacando em todas as áreas. A mentalidade de todos está mudando, era muito pior quando eu era jovem. Hoje, tenho sorte porque sou casada com um homem que apoia as causas femininas.
Você chegou a alguma conclusão do que realmente é o casamento?
Elizabeth Gilbert: Eu tenho uma definição do que é o meu casamento. É um projeto que divido com uma pessoa com a qual me importo muito. O casamento existe para proteger duas pessoas do resto do mundo.
E como foi ver um ícone como Julia Roberts representando você na telona?
Elizabeth Gilbert: Ainda não processei direito o fato de ter Julia Roberts interpretando eu mesma no cinema. É muito louco. No filme, quando ela se apresenta: “Sou Liz Gilbert, escritora de Nova York”, nossa! Eu quase surtei. Não! Você é a Julia Roberts! Você é uma estrela!
O livro “Comer, Rezar, Amar” já vendeu 500 mil só no Brasil. O filme entrou em cartaz nos cinemas do país em setembro de 2010 e arrecadou mais 3,5 milhões só na primeira semana.