Clemens Schick, novo amigo de Wagner Moura
Foto: Getty Images
Clemens Schick, 42 anos, já foi vilão de filme de James Bond (Casino Royale, de 2006) e atuou em séries, longas-metragens e montagens de peças em seu país natal, a Alemanha. Agora, divide a cena com Wagner Moura, 37, e Jesuita Barbosa, 22, em Praia do Futuro, dirigido por Karim Aïnouz, 48, estreia desta quinta-feira (15). Ele é Konrad, que se apaixona pelo salva-vidas Donato (Moura). Schick é ator desde adolescente, mas chegou a abandonar a escola de teatro por um ano para ser monge. Depois, posou para fotógrafos famosos como Nan Goldin, 60, e Bruce Weber, 68. Em entrevista a CONTIGO!, falou sobre sua trajetória, as cenas de sexo e a amizade com Wagner Moura.
Qual foi sua primeira impressão sobre Wagner Moura?
Não nos adoramos à primeira vista. Quando chegou a hora de filmar, sabíamos que tínhamos de trabalhar juntos, não importava o que pensávamos um do outro. Nem sei como aconteceu, mas hoje somos amigos próximos.
Há cenas de sexo entre você e o Wagner Moura. Foi difícil?
Eu já fiz muitas cenas de sexo na minha carreira, sempre é um desafio. Mas há outros, muito maiores para um ator. Faz parte do trabalho. Sinceramente, nós não nos preocupamos demais com isso, não.
Jesuita Barbosa, Clemens e Wagner em Berlim
Foto: Getty Images
Você quis ser ator desde pequeno?
Minha escola era um pouco longe de casa, e eu adorava, porque pelo trajeto sempre interpretava um cavaleiro ou um príncipe justiceiro para mim mesmo nunca para outras pessoas. Aí comecei a fazer teatro e, depois, estudei drama, mas não durou nem um ano.
Por quê?
Acho que, quando você estuda interpretação, precisa mergulhar em quem você é. E eu achei muito chato, queria era ser outra pessoa. Só mais tarde vi que não tem jeito, faz parte do trabalho.
Verdade que passou um ano num mosteiro?
Sim, logo que saí da escola de teatro. Achava lindo aquelas pessoas completamente devotadas. Não fiquei muito tempo, mas não tenho arrependimentos. Fui um monge feliz (risos).
Wagner e Clemens em cena de Praia do Fututo
Foto: California Films
Mas isso não fez com que tivesse receios ao fazer cenas de sexo ou de nudez, por exemplo?
Nunca fui puritano. Minha vida como monge não tinha nada a ver com sexualidade.
Você apresentou-se com uma peça de teatro no Afeganistão. Por quê?
Acho que toda pessoa pública tem uma responsabilidade, então gosto de jogar luz sobre coisas importantes que estão acontecendo. Quando fui ao Afeganistão, em 2008, ninguém discutia a presença de soldados alemães em solo estrangeiro, uma questão sensível depois da Segunda Guerra Mundial.
Wagner Moura também é interessado em questões políticas, acha que foi isso que os aproximou?
Esse projeto juntou almas gêmeas: eu, Wagner, Karim e Jesuita Barbosa. Eu e Wagner ficamos tão amigos que estou ficando na casa dele no Rio de Janeiro, na turnê de divulgação do filme no Brasil. Temos os mesmos interesses. E somos conscientes de que existem coisas importantes acontecendo no mundo.