Vencedora na categoria Melhor Atriz na premiação Melhores do Ano do programa Domingão do Faustão pelo seu papel como Maria Tereza em ‘Velho Chico’, Camila Pitanga sensibilizou a todos quando perguntada pelo apresentador sobre Domingos Montagner.
“A vida é forte, selvagem, crua. Morte e vida são vistas como polaridades mas na verdade vivem juntas. Diariamente pessoas nascem e morrem”, começou a atriz. “É um mistério que precisamos aceitar e respeitar. O legado que tenho dessa violência que vivi e testemunhei com a perda do Domingos é do afeto, da perseverança, de poder valorizar cada instante da vida, cada recomeço. Todo tempo é um tempo de recomeço. É um buraco que ainda estou elaborando, é algo muito delicado e difícil que venho lidando com o amor que recebi das pessoas, da minha família e da própria Luciana (esposa de Domingos)”.
Sobre 2016, a atriz ponderou o lado bom e o ruim em uma balança. “Foi um ano de muito luto, dor e transformação. 2016 catalisou um retrocesso que ninguem esperava”, disse. “Mas ao mesmo tempo nao posso negar que com Velho Chico pude me banhar num mar de arte, experimentação e liberdade, onde eu podia errar.”
Ainda sobre a importância da novela, Camila trouxe luz sobre o paralelo criado com a realidade política que o país vive: “foi uma novela onde a sintropia venceu, uma professora e mulher foi prefeita, o amor se sobressaiu ao ódio… trouxe referencias em um momento politico radicalmente oposto, trouxe outra possibilidade para pensarmos nossa realidade.”
Em entrevista à ESTILO nos bastidores da premiação, a atriz conta sobre o estado de espírito atual e os planos para 2017. “Com a nova chance de viver que eu ganhei após a tragédia, mudou tudo. Tenho uma fome de viver, um estado de delicadeza com minhas escolhas”, disse. “A prioridade que vou dar em 2017 é de ficar com minha familia, de me guardar um pouco, poder recarregar a bateria, estudar, me dar tempo. Se dar tempo, aliás, é uma dádiva nos dias de hoje… Eu vou ter essa oportunidade e vou honrá-la.”