Após fazer um show no último sábado (13), no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, o cantor Belo foi preso nesta quarta-feira (17) pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Segundo o G1, o músico é alvo de investigação pela realização do show mesmo com as restrições de aglomeração por conta da pandemia. A prisão do artista aconteceu em Angra dos Reis.
Para o veículo, o cantor contestou a investigação. “Fizemos o show seguindo todos os protocolos. Não temos controle do geral. Isso nem os governantes têm. As praias estão lotadas, transportes públicos, e só quem sofre as consequências são os artistas. Que foi o primeiro segmento a parar, e até agora não temos apoio de ninguém sobre a nossa retomada. Sustentamos mais de 50 famílias.”
Além da desobediência em relação às proibições sanitárias, o evento também pode ter infringido o uso do espaço, já que o show se passou em uma escola estadual do parque união sem autorização das autoridades de saúde. Os investigadores relataram que as salas de aulas serviram de camarote e que os equipamentos de som foram apreendidos.
Assim como Belo, mais três pessoas foram alvos de mandados de prisão preventiva do DCOD. Célio Caetano, sócio da produtora, Henriques Marques, outro sócio da produtora, e Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico no Parque União, compõem a lista. Os investigados serão intimados para esclarecer quem seria o responsável pelo pagamento do show.
O evento não foi o único a infringir as recomendações das autoridades na cidade do Rio de Janeiro. Regiões como Barra da Tijuca, Curicica, Lapa, Leblon e Copacabana também foram pontos de aglomeração. Para despistar a fiscalização, organizadores mudaram endereços de festas clandestinas em cima da hora.
Histórico com a Justiça
Antes desse episódio, Belo foi preso anteriormente duas vezes por acusação de associação com o tráfico. Em 30 de dezembro de 2002, o cantor foi condenado a seis anos de prisão, mas cumpriu a pena um mês após conseguir um recurso para responder em liberdade.
Em novembro de 2004, ele retornou à penitenciária quando o Ministério Público recorreu e aumentou a pena para oito anos, fazendo com que o Belo passasse mais de três anos em detenção.