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Altas Horas: Erika Januza fala sobre racismo e aceitação do cabelo crespo

"Meu cabelo não tem que ser bonito pra ninguém. Não tenho que mudar pra ficar bonita", falou a atriz no programa.

Por Da Redação
Atualizado em 16 jan 2020, 02h37 - Publicado em 13 jan 2019, 10h59
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  • O “Altas Horas” do último sábado (12) contou com a presença da atriz Erika Januza, que aproveitou o espaço do programa para falar abertamente sobre temas como racismo, transição capilar e todo seu processo de aceitação ao se encontrar como mulher negra.

    Uma garota na plateia, ao contar que está passando pela transição, perguntou para Erika – e para a cantora Karol Conka, outra das convidadas – se ela já havia sofrido algum tipo de preconceito por conta dos cabelos crespos, e ela falou que, na verdade, teve o cabelo alisado durante 28 anos de sua vida (hoje ela está com 33), e acabou dando uma ótima lição sobre empoderamento negro:

    “Meu cabelo foi alisado durante 28 anos – hoje eu tenho 33, tá? E hoje eu entendo que era uma forma de me proteger atrás de alguma coisa, que eu não sabia o que era. Eu descobri quando eu me encontrei como mulher negra, porque parece que você precisa desse momento para entender como o meu cabelo é a minha essência, é a minha raiz, literalmente. E eu tenho que me aceitar como eu sou. Meu cabelo não tem que ser bonito pra ninguém, eu não tenho que mudar pra ficar bonita. Eu posso, sim, querer usá-lo hoje liso, no outro dia fazer trança, mas a minha essência é o cabelo crespo. E eu não posso me esconder atrás de uma química para ser uma pessoa melhor (…). Eu sou bonita do jeito que eu sou, e eu não tenho que mudar por causa de ninguém e por causa do preconceito de ninguém. É o preconceituoso que está com problema, e não eu”, falou.

    Em outro momento, ela comentou sobre alguns ataques racistas que sofreu ao participar do quadro “Dança dos Famosos“, do programa “Domingão do Faustão“:

    “Desde o início do ‘Dança’, eu recebi um primeiro e-mail bem longo. Foi um misto de raiva e tristeza. Chorei e apaguei. E começaram e chegar outros. Mas aí eu não apaguei. Guardei tudo. Me chamaram de tudo o que você pode imaginar. Eram críticas à minha cor, à minha performance. Peguei tudo e levei para a polícia. As pessoas têm que entender que tem que respeitar os outros, e não podem ficar impunes”, desabafou a atriz.

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