Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Esquenta Black Friday: Assine a partir de 7,99

O porquê da vitória de Simone Manuel ir muito além do ouro

Nascida em um país em que apenas 50 anos atrás não poderia frequentar piscinas e praias, a atleta olímpica se tornou, com suas fortes braçadas e agilidade aquática, uma campeã histórica

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 12 abr 2024, 15h05 - Publicado em 16 ago 2016, 22h52
Adam Pretty/Getty Images
Adam Pretty/Getty Images (/)
Continua após publicidade

Dois ouros e duas pratas. Estas foram as medalhas que a afro-americana Simone Manuel, texana de apenas 20 anos, carregou sobre seu peito após atingir a primeira e a segunda colocações nas categorias de 50m livre, 100m livre e revezamentos 4x100m medley e livre feminino. 

Leia mais: “Não sou a próxima Bolt ou Phelps. Sou a primeira Simone Biles”​.

Mas ter sido laureada com as condecorações mais altas da natação nos Jogos Olímpicos de 2016 vai além das superações físicas e psicológicas da atleta: ser a primeira atleta negra que venceu uma competição olímpica diz muito mais sobre a comunidade negra norte-americana do que qualquer livro de história seria capaz de fazê-lo. 

Veja também: Simone Manuel dedica vitória inédita ao fim da violência policial.

Nascida em um país em que apenas 50 anos atrás não poderia frequentar piscinas e praias, a atleta olímpica se tornou, com suas fortes braçadas e agilidade aquática, uma campeã histórica. Não viveu numa época em que havia bebedouros divididos para negros e para brancos, mas pôde sentir arder na cor de sua pele o rebento das amarras discriminatórias que impediram suas ancestrais de alcançarem a primeira colocação no pódio. 

Leia mais: Jogadora Formiga: “Troco ouro por mais mulheres nos grandes clubes”.

É proibida a entrada de negros

Uma das fotografias mais famosas da história da luta por igualdade dos direitos civis, nos Estados Unidos, registra o exato momento em que James Brock — gerente do hotel Monson Motor — jogou ácido muriático num grupo de jovens. Eles entraram na piscina do estabelecimento como forma de protesto por ser destinada apenas ao uso de hóspedes brancos — mas para o alívio dos que estavam na piscina, a quantidade da substância era irrisória quando comparada ao volume de água.  

Veja também: “É como se tivéssemos perdido um membro da família”, diz goleira da seleção brasileira sobre derrota​.

Horace Cort
Horace Cort ()

Continua após a publicidade

O clique foi feito em 18 de junho de 1964, pelo fotógrafo Horace Cort, na mesma época em que Martin Luther King havia sido preso por ter se recusado a sair do restaurante localizado no complexo hoteleiro, na cidade de Saint Augustine, Flórida. A partir deste episódio, conhecido como “Incidente do Hotel Monsor Motor”, uma onda de protestos pacíficos foram organizados a fim de boicotar as políticas separatistas da época — assim chamadas por segregar pessoas pela sua cor. 

Leia mais: Mãe da ginasta Gabby Douglas: “parem de humilhar a minha filha”​.

Reprodução/Twitter
Reprodução/Twitter ()

Quase meio século depois, a jovem nadadora venceu o estereótipo enraizado na cultura norte-americana de que negros não sabem nadar. E mais: Simone é a prova pulsante de que a mulher negra existe perante a representatividade esportiva de seu país. E acima de tudo, resiste.

Continua após a publicidade

Veja também: Rafaela Silva é ouro para o Brasil! Conheça sua história de superação​.

.
. ()

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.