Você sabia que nesta sexta-feira (23), é comemorado o Dia do Filho? E quando o assunto é criação, existe um detalhe que pode passar despercebido, mas que é fundamental para o desenvolvimento sadio e que pode fazer a diferença durante toda a vida: o desenvolvimento da autoestima, que pode – e deve – começar ainda na primeira infância.
O assunto é relevante: pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, ao analisarem 29 estudos com crianças e adolescentes de diversos países, concluíram que um em cada quatro sofrem com depressão, e um a cada cinco está lidando com a ansiedade. Portanto, cultivar o amor-próprio não só é positivo, como necessário. “Crianças já nascem com autoestima e é justamente no primeiro setênio (a fase dos 0 aos 7 anos) que elas têm o primeiro momento e oportunidade de criar uma imagem positiva de si mesmas”, reforça Aline De Rosa, especialista em desenvolvimento infantil integrativo.
Meninos e meninas são reflexos do ambiente em que vivem e, para Aline, a educação que recebem dos pais e cuidadores, a rotina do dia a dia e a forma como os adultos se comunicam com os pequenos influenciam diretamente na construção da autoestima. “Todos esses fatores serão responsáveis por potencializar e manter esse amor-próprio intacto ou o contrário, interferindo inclusive na fase adulta”, explica.
Cultivando a autoestima nas crianças
Uma maneira eficaz de incentivar a autoestima nas crianças é permitir que elas experimentem fazer algo no seu tempo, como colocar a própria roupa, calçar os sapatos ou encher um copo de água. “O sentimento de satisfação vai fazer com que os pequenos se sintam úteis, transformando-os em adultos que reconhecem seu valor e tem conhecimento de sua essência. A maneira como o adulto trata a si mesmo e os outros e como ele se posiciona diante dos pequenos, lida com os próprios erros e problemas também está educando o amor-próprio dos filhos e a forma como cada um deles vai encarar o ambiente que vive”, complementa Aline. Abaixo, você confere 5 dicas que podem te ajudar nesta missão especial.
1 – Permita que a criança exerça autonomia: “Na infância, o impulso de exploração é enorme. Desde que a criança esteja em um ambiente seguro, ofereça condições e oportunidades para que ela faça o que devia estar treinando, como tomar banho, se servir, guardar os brinquedos ou dobrar o pijama”, ensina a especialista.
2 – Envolva-a nas tarefas da casa: “Quando uma criança se sente útil e participa da rotina de seu lar desenvolve caráter, personalidade e uma autoestima plena”, afirma Aline.
3 – Evite rotular seu filho: “Adjetivar crianças é uma maneira de aprisioná-las em algo que não são, principalmente quando reforçada pelos pais, enfraquecendo seu impulso natural de autoestima”, esclarece . Portanto, está na hora de parar de usar palavras como chata, difícil, birrenta, estabanada, nervosa, chorona entre outros na comunicação com os pequenos.
4 – Dê tempo ao tempo: Uma criança treina toda vez que tenta fazer algo por si mesma, como por exemplo calçar os sapatos ou amarrar o tênis. Se o adulto interfere toda vez que ela vai fazer essa atividade, ele a condiciona a sempre pedir ajuda e não tentar. “O sentimento de satisfação é importante para que a criança se sinta útil”, completa Aline.
5 – Entenda que erros são temporários: “Para crianças, falhas são aprendizados e é importante que adultos os reconheçam e foquem em propor ações para que elas solucionem os problemas.”