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Quarto de bebê inspirado na filosofia Montessori

A fim de criar o quarto perfeito para receber a primeira filha, o casal buscou inspiração na metodologia Montessori

Por Minha Casa Digital
Atualizado em 19 fev 2020, 12h37 - Publicado em 11 Maio 2017, 16h35
 (Anadrea Marques/Fotonauta)
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Até 10 meses atrás, os analistas de sistema Patrícia e Paulo Sallorenzo eram os únicos moradores do apê alugado, no Rio de Janeiro. Com a chegada de Gabriela, o cômodo usado como home office passou a abrigar o cantinho da pequena. A pedido da mamãe, a designer de interiores Renata Nunes, da Touché Decor, incorporou no projeto alguns conceitos montessorianos (veja mais na pág. 68) , como a cama baixinha no lugar do berço. “O resultado é um espaço encantador e funcional, que desfrutamos juntas”, comemora Patrícia.

O mundinho da nenê em 5,30 m²

  •  O comprimento do colchão quase equivale ao da parede menor. Uma almofada preenche o espaço restante. A disposição dos outros elementos ao longo da parede maior deixa área livre para circulação.
  •  A partir das opções propostas por Renata, a moradora elegeu uma paleta que mescla rosa, lilás e tons complementares – esse mix, inclusive, guiou a escolha do fofíssimo adesivo de parede.
  •  Trocar o piso estouraria o orçamento, portanto, foi mantido o porcelanato original. Para amortecer eventuais quedas durante os passeios de Gabi, foram colocados um tapete fofinho e dois futons. A ideia é, em breve, cobrir toda a superfície com um tapete maior, de polietileno.

Inspiração na filosofia Montessori: tudo ao alcance do bebê

Embora não o siga à risca, o quarto de Gabi exemplifica alguns dos conceitos do método criado pela educadora italiana Maria Montessori no início do século 20 e que, basicamente, busca incentivar o desenvolvimento natural da criança, promovendo sua autonomia.

CADÊ O BERÇO?

“Levei um susto quando visitei pela primeira vez um quarto montessoriano”, conta Patrícia. Sua reação foi motivada pela ausência do elemento mais frequente nos dormitórios dos pequenos. No lugar do berço, a cama baixinha dá ao pimpolho liberdade para subir, descer e circular. “Os pais devem ser facilitadores da independência dos filhos”, observa Maria Angelina Brandão, diretora da escola Prima Montessori, em São Paulo.

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PRAZER EM ME CONHECER

De acordo com o método, o espelho é outro item importante – por meio dele, o bebê é levado a se reconhecer como indivíduo, observando seus próprios movimentos. Visando a segurança, aconselha-se escolher os modelos de acrílico, mais resistentes a impactos. A alternativa que Patrícia encontrou foi cobrir um espelho comum com ConTact, para reter os cacos no caso de ele se quebrar. “Também aparafusei a moldura à parede”, diz.

BRINCADEIRA DE PEGA-PEGA

Além da cama, é recomendado que os outros móveis do ambiente também sejam baixos, de modo que os objetos sobre eles fiquem sempre ao alcance das mãozinhas. “O acesso livre aos itens do quarto permite que a criança pense, elabore, eleja preferências”, explica a especialista. A medida ainda estimula os pequenos a entender a noção de organização – com a ajuda dos pais, eles percebem  desde cedo que cada coisa tem seu lugar e precisa ser colocada de volta depois do uso.

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AOS POUCOS

Liberdade não é sinônimo de excesso. Em vez de oferecer todos os brinquedos de uma vez, comece com apenas cinco ou dez, e vá trocando-os regularmente. “Dessa forma, a criança usufrui melhor”, afirma Maria Angelina.

DO QUE OS PEQUENOS PRECISAM

É compreensível querer montar o quarto do jeito que você já tinha sonhado para os seus filhos antes mesmo de eles nascerem. Mas segundo uma das premissas do método, o espaço deve ser pensado a partir das necessidades da criança, não dos desejos dos adultos. Para auxiliar nessa tarefa, a especialista sugere que, na fase de planejamento, os pais se sentem no chão do cômodo e tentem imaginá-lo do ponto de vista do pimpolho: “É preciso ter em mente o momento de vida do bebê e o que ele pede”.

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Eles também são donos dos próprios narizinhos!

“Quando comecei a ver a quantidade de coisas que se recomenda comprar para ter um nenê, pensei: ‘Tem de existir um jeito mais simples de fazer isso!’ Afinal, com berço, trocador, cômoda e mais uma porção de objetos no quarto, não sobra espaço para a criança”, conta a blogueira Marília Scharlach, que encontrou nos conceitos montessorianos a solução que buscava para o dormitório do filho, Theo. Mais do que transformar o ambiente, o método busca ajudar a construir a personalidade dos pequenos – como atestam as mães dos pimpolhos apresentados aqui. “Eu, que fui uma criança medrosa, vejo o Theo muito destemido e pesquisador”, afirma, orgulhosa, Marília.

“Estudei em colégio montessoriano na infância, e me reconectei com o método na hora de preparar o quarto da Amora. A barra fixada à parede, por exemplo, foi muito útil quando ela começou a andar. Logo  decidimos aplicar os conceitos em outros ambientes da casa também – Amora tem uma mesa baixinha para fazer as refeições e um cantinho só dela na sala.” Adelita Ahmad, artista plástica

“O trocador que meu pai fez para o quarto do Theo acabou virando estante. No chão, usei um tapete de E.V.A., que forrei com tecido. Segundo o método Montessori, as crianças aprendem a partir das interações que têm, então, é bacana oferecer itens de materiais naturais, para que elas não fiquem só no plástico e possam experimentar outras texturas.” Marília Scharlach, autora do blog Acaratapa

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“As fotos da família, presas à parede com velcro, ficam ao alcance da Mia – ela as manipula e brinca de contar história para nós. Já a cama baixa permite que entre e saia quando quer, então, era comum ela engatinhar até o meu quarto à noite para pedir para mamar, sem chorar. Quando precisa, Mia procura ajuda, mas normalmente, tenta fazer as coisas sozinha. Sinto que ela tem um senso explorador e é muito segura – acho que tem a ver com a liberdade que damos.” Renata Castanhari, assistente de direção

“Antes, eu deixava todos os brinquedos do Pietro em uma caixa, e percebia que ele acabava não brincando. Agora, ficam organizados por tipo – e, com tudo ao alcance, ele tomou posse do seu espaço. Percebo que as crianças gostam de ser independentes. A gente é que não deixa, porque fica impaciente com o ritmo delas.” Mariana Morini, doula e autora do blog Ando Gestando

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