Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super Black Friday: Assine a partir de 3,99

The Last of Us: como a série está reinventando personagens femininas

Mais do que uma história de sobrevivência, a produção mostra mulheres complexas, humanas e protagonistas de suas próprias jornadas 

Por Beatriz Lourenço
25 Maio 2025, 06h30
The Last of Us: série evidencia que personagens femininas estão mudando (para melhor)
The Last of Us: série evidencia que personagens femininas estão mudando (para melhor) (Reprodução/Reprodução)
Continua após publicidade

Desde sua estreia, a série The Last of Us tem chamado atenção não apenas por sua narrativa densa e impactante, mas por construir personagens femininas diferentes do que já vimos nas telas: elas são fortes, complexas e chegam até a ser um tanto contraditórias. Sim, mais humanas do que perfeitas.

É curioso pensar que no jogo e na adaptação todas vão na contramão dos heróis masculinos. Apesar de terem o tino de liderança, também enfrentam dilemas morais e não precisam ter um corpo sarado para levantar um carro com uma só mão.

Em um cenário pós-apocalíptico, as características que se sobressaem são o pensamento estratégico, a resiliência e a criação de ideias rápidas para solucionar problemas.

“Acho reducionista pensar que as mulheres só podem ser fortes incorporando atributos masculinos, sendo fisicamente fortes ou sem emoções – coisas que nem acho necessariamente masculinas, mas sei que a sociedade pensa assim” comenta Ariela Barer, atriz que interpreta Mel na segunda temporada da trama.

“Ideias tradicionalmente consideradas femininas também podem ser muito incríveis, e acho que isso é algo que Mel incorpora — ela é idealista em um mundo tão brutal e violento. Além disso, consegue acreditar nas pessoas e no bem, algo extremamente corajoso.”

A atriz Ariela Barer interpreta Mel na segunda temporada da trama
A atriz Ariela Barer interpreta Mel na segunda temporada da trama (Reprodução/Reprodução)

Contrariando o hate

A protagonista da produção, Ellie, é uma adolescente inteligente, astuta e impulsiva. No fim da primeira temporada, descobrimos que ela se identifica como queer. No lançamento, vemos a construção do relacionamento com Dina, uma garota doce, empática e determinada. Curiosamente, esse fato gerou uma onda de ódio online por parte de homens homofóbicos.

Continua após a publicidade

Em entrevista à edição britânica da revista GQ, a atriz Bella Ramsey defendeu o arco LGBTQIA+ e disse que não estava ansiosa para encarar as críticas: “eu sei que as pessoas vão pensar o que quiserem. Mas eles vão ter que se acostumar com isso. Se você não quer assistir à série porque tem histórias gays, porque tem um personagem trans, isso é com você e está perdendo. Não vai me deixar com medo. Eu acho que vem de um lugar de desafio.”

Para os fãs, o casal se complementa e entrega um respiro em meio a cenas tensas. “A Ellie tem esse coração mais duro, e reprime bastante suas emoções; já a Dina não tanto. A Dina traz leveza à Ellie que a conecta com sua criança interior e alegria infantil. Adoro como o relacionamento delas floresce e se desenvolve”, aponta Bella.

Dina e Ellie
Em entrevista à edição britânica da revista GQ, a atriz Bella Ramsey defendeu o arco LGBTQIA+ (Reprodução/Reprodução)

Outro alvo de críticas é Abby, uma das figuras mais controversas da franquia. Isso porque ela rompe com os padrões tradicionais de feminilidade. Veja só: ela falha, reage e luta – o que torna o universo da história mais real e, ao mesmo tempo, mais poderoso. Porém, a abordagem fez com que ela se tornasse símbolo de uma resistência misógina por parte de uma parcela da comunidade gamer.

A atriz Laura Bailey, que deu voz à personagem no jogo, chegou a receber ameaças de morte. A atriz Kaitlyn Dever, por sua vez, precisou de proteção adicional e seguranças para filmar certas cenas.

Continua após a publicidade

“No fim das contas, é uma história muito boa. Qualquer pessoa que não queira assistir por causa de algo tão superficial quanto o gênero está apenas se prejudicando. E acho que esse é, de certa forma, o melhor que você pode fazer como artista: criar algo tão interessante que qualquer um que esteja incomodado é quem vai sair perdendo”, diz Ariela.

A atriz Kaitlyn Dever precisou de proteção adicional e seguranças para filmar cenas da série
A atriz Kaitlyn Dever precisou de proteção adicional e seguranças para filmar cenas da série (Reprodução/Reprodução)

A quebra dos papéis sociais

Outro destaque que vale ressaltar é Maria, papel de Rutina Wesley. Uma das líderes de Jackson, comunidade que funciona como um refúgio seguro no mundo em colapso, é ela quem organiza a estrutura e comanda o espaço, tomando decisões que afetam todos os sobreviventes. 

Não retratá-la como cuidadora passiva ou figura frágil também nos ajuda a desconstruir a ideia de que existe apenas um jeito certo de ser mulher.

Sabemos que a indústria do entretenimento ainda está longe de retratar a igualdade de gênero nas telas, mas movimentos como esse mostram o poder da inclusão. O que The Last of Us propõe é que a feminilidade pode ser plural – a representatividade não está ali para agradar, mas para desafiar padrões impostos pelo machismo e patriarcado.

Continua após a publicidade
Uma das líderes de Jackson, Maria é quem organiza a estrutura e comanda o espaço
Uma das líderes de Jackson, Maria é quem organiza a estrutura e comanda o espaço (Reprodução/Reprodução)

“A beleza desse momento atual para a arte de contar histórias é que, agora que temos tantas narrativas, as histórias sobre mulheres ou qualquer grupo minoritário não precisam mais seguir a narrativa de minoria exemplar”, opina Ariela. “As mulheres não precisam ser perfeitas para serem respeitadas na mídia. Acho que é aí que a gente desbloqueia o verdadeiro segredo, a mágica da narrativa para as mulheres.”

Para as novas gerações, ver Ellie, Dina, Abby e tantas outras ocupando esse espaço tem um valor simbólico imenso – já que elas mostram que podemos ser múltiplas: amar quem quisermos, reagir como quisermos, liderar, falhar, reconstruir e recomeçar.

Assine a newsletter de CLAUDIA

Receba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:

Continua após a publicidade

Acompanhe o nosso WhatsApp

Quer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp

Acesse as notícias através de nosso app 

Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.