Era inevitável que assim que Diana Spencer aparecesse em cena, The Crown se tornaria a série dela. A força magnética da princesa permanece mesmo 13 anos após sua morte. O culto construído em torno dela promete perseguir a Família Real britânica por muitas gerações ainda.
A quarta temporada de The Crown, que estreia dia 15 na Netflix, tem diversos episódios centrados na relação de Charles e Diana. Mas a história começa antes, em um dia histórico: a oficialização de Margaret Thatcher como primeira mulher a se tornar Primeira-Ministra Britânica.
O papel é de Gillian Anderson, famosa por Arquivo X (tem uma entrevista exclusiva com ela na CLAUDIA de novembro!), mas ela aparece irreconhecível. Os trejeitos de Thatcher foram estudados à exaustão. No primeiro episódio, o Príncipe Philip fala ironicamente à Rainha: “Ótimo, bem o que esse país precisa; ser governado por duas mulheres”. E ela responde: “Talvez seja justamente o que esse país precisa”.
A relação da Primeira-Ministra com a Rainha tem muitos altos e baixos. Elizabeth parece mais empática, como se buscasse algum tipo de ligação feminina. Margaret não tem o mesmo interesse até uns episódios à frente, quando uma questão pessoal a atormenta – ela se recusa a incluir outras mulheres em seus ministérios, por exemplo.
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A temporada cobre momentos históricos, como a Guerra das Malvinas e uma invasão ao Palácio de Buckingham. Tem também episódios inteiros dedicados a alguns familiares, como a Princesa Margaret, que revela um grande segredo familiar e fica revoltada com as decisões tomadas pela Coroa.
Mais adiante, o foco vira o casamento de Charles (Josh O’Connor) e Diana (Emma Corrin). Se Charles despertou qualquer sentimento de afeto na última temporada, agora só resta indignação e raiva. Ele deixa muito claro que o casamento com Diana não era sua escolha e a faz sofrer conscientemente. Antes disso, há uma cena para Diana escolher seu anel de noivado, aquele que vai ser de Kate Middleton anos depois.
Em uma longa viagem que o casal faz à Austrália, até parece que as coisas vão melhorar, para depois só degringolar de vez. Ah, é claro que Camilla Parker-Bowles (Emerald Fennell) tem tudo a ver com isso. Aliás, ela e Diana chegam a se encontrar! Charles é mimado – e a própria mãe dele diz isso –, arrogante – como os irmãos falam – e egoísta.
É de pensar que ele casa obrigado (SPOILER) e que ama outra mulher, como a história prova, mas o drama psicológico de Diana é intenso. A pressão é tanta que ela desenvolve distúrbios alimentares, mostrados com crueza notável em diversos episódios – que vêm sinalizados com número de associações que auxiliam vítimas da doença.
The Crown ainda mostra de forma crítica os outros filhos da Rainha e sua preocupação com os adultos que eles se tornaram – não vamos esquecer que Andrew se envolveu, anos depois, em um escândalo sexual com menores de idade, como falamos aqui.
São 10 episódios para maratonar no próprio domingo (15). Será que a Rainha também vai assistir?
Estou com câncer de mama. E agora?