Taís Araújo interpretará cientista brasileira Joana D’Arc Félix em filme
Conheça a história da cientista brasileira que já conquistou mais de 72 prêmios em química e sustentabilidade.
A luta pela representatividade das mulheres negras no cinema continua e mais uma vitória foi conquistada. Segundo o jornal “O Globo”, Taís Araújo dará vida à cientista brasileira Joana D’Arc Félix de Souza em um filme produzido pela “Globo Filmes”.
O roteiro da produção é de Álvaros Campos, com supervisão de Patrícia Andrade. Já a direção fica por conta de Alê Braga.
Quem é Joana D’Arc Félix de Souza?
Como lembra a organização “Educafro”, a história de resistência de Joana começou aos três anos de idade. Para entreter a filha, a mãe ensinou a menina a ler jornais enquanto a acompanhava nos locais em que trabalhava como empregada doméstica.
“Para eu ficar quietinha, ela me ensinou a ler o jornal. Eu tinha uns 3 anos. Um dia, a patroa dela, que era diretora de uma escola do Sesi, me viu com o jornal e perguntou se eu estava vendo as figuras. Falei que estava lendo”, contou a cientista ao portal.
Surpresa, a diretora pediu para que Joana lesse um texto e ela provou que não estava mentindo. A diretora, então, disse que se a garota acompanhasse o ritmo escolar, ela poderia ficar com a vaga. Dito e feito: Joana entrou no Fundamental 1 aos quatro anos de idade.
Estar sempre a frente do tempo fez com que Joana ingressasse na faculdade de Química aos 14 anos, em uma das universidades mais influentes de São Paulo, a Unicamp. Além da graduação, ela concluiu mestrado e doutorado na mesma instituição. Em seguida, a cientista viajou aos Estados Unidos e se tornou PhD em Química pela Universidade de Harvard.
O que tinha tudo para ser uma carreira de sucesso no exterior acabou sendo levada para outro caminho. Enquanto estava no EUA, a irmã de Joana acabou falecendo e um mês depois, o pai enfartou e também veio a óbito, como revelou a cientista em uma entrevista ao O Globo.
Ao voltar para Franca, Joana não sabia o que fazer. Mas encontrou uma forma de não só dar continuidade a carreira que estava construindo, como ajudar jovens que estavam em uma situação de dificuldade como um dia ela já esteve.
“Logo que cheguei, comecei a ser assessora científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Três meses depois, fiz concurso para professora na Escola Técnica Professor Carmelino Corrêa Júnior, em que trabalho até hoje”, explicou Joana.
Além dos 72 prêmios em Química e Sustentabilidade, como também lembrou a “Educafro”, a cientista ainda conseguiu 15 patentes nacionais e internacionais registradas, sempre com a participação de alunos de baixa renda.
A influência familiar na vida de Joana sempre foi tão grande que os projetos dela começaram com um conselho paterno e resultaram em diversas conquistas importantes na área da saúde.
“Meu pai me deu a ideia de trabalhar com resíduos do curtume, um problema que tínhamos em Franca. Desde então, é minha matéria-prima. A partir desses resíduos, desenvolvi uma pele artificial para ser usada em queimaduras; colágeno para o tratamento de osteoporose e osteoartrite; cimento ósseo para reconstituir fraturas, fertilizantes e várias tecnologias que já estamos transferindo para a indústria”, exemplificou Joana ao “O Globo”.