A escritora cearense Raquel de Queiroz estaria completando 107 anos nessa sexta-feira (17) e foi homenageada pelo Google com um Doodle comemorativo. A imagem retrata o rosto dela junto a uma representação do sertão nordestino – que é temática recorrente em sua obra.
Nascida em 1910, Raquel de Queiroz foi ninguém menos do que a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras, em 1977. Fundada em 1897, a instituição levou 80 anos para empossar uma representante do sexo feminino.
Conheça a história dessa grande mulher
Quando tinha 7 anos, Raquel mudou-se para o Rio de Janeiro com a família para fugir de uma terrível seca. Mas a permanência na capital carioca durou pouco e eles acabaram voltando para Fortaleza. Lá, aos 17 anos Raquel já publicava em um jornal e aos 20 viria a lançar seu primeiro livro: “O Quinze”. A obra fala sobre a seca de 1915 – aquela mesma que fez com que a família dela saísse do Ceará.
A publicação de seu primeiro livro fez um considerável sucesso. O ano era 1930 e ninguém esperava que uma mulher de 20 anos fosse capaz de escrever um romance com profunda temática social. Ela recebeu o Prêmio da Fundação Graça Aranha pela obra.
A partir disso, não parou mais de escrever. Depois de ter alguns livros publicados, ela viria também a trabalhar para a icônica revista “O Cruzeiro”, além de jornais como “Diário de Notícias”, “O Jornal”, O Estado de São Paulo” e “Diário de Pernambuco”. Raquel publicou mais de mil crônicas ao longo da vida e também foi autora de peças de teatro. Paralelo a isso, nunca parou de lançar livros – adultos e infantis.
Nesse meio tempo, em 1939, a escritora passou a residir permanentemente no Rio de Janeiro. Lá, foi membro do Conselho Federal de Cultura e chegou a trabalhar para a ONU, na Comissão dos Direitos do Homem.
Ao longo da vida, recebeu dezenas de prêmios e, aos 67 anos veio a integrar a Academia Brasileira de Letras, sendo a quinta ocupante da Cadeira 5. Faleceu em 4 de novembro de 2003, poucos dias antes de completar 93 anos.