Clique e Assine CLAUDIA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Quem foram as sufragistas da vida real?

Conheça um pouco das mulheres que lutaram pelo direito ao voto 100 anos atrás.

Por Júlia Warken
Atualizado em 21 jan 2020, 16h10 - Publicado em 22 dez 2015, 05h00
Divulgação (/)
Continua após publicidade

Para quem não sabe, “As Sufragistas”, filme estrelado por Meryl Streep, conta a história do grupo de mulheres britânicas que lutou pelo direito ao voto no início do século passado. A palavra “sufragista” não é muito utilizada, mas ela existe e significa “partidário ou partidária do princípio do sufrágio, ou eleição por meio de votos”. Sufrágio é sinônimo de voto ou declaração de opinião.

Divulgação Divulgação

O movimento das sufragistas na Inglaterra teve início em 1897 com a criação da National Union of Women’s Suffrage Societies – NUWSS (União Nacional das Sociedades de Mulheres Sufragistas), mas a inquietação das mulheres pela busca por direitos já vinha desde 1792. Naquele ano, a britânica Mary Wollenstonecraft foi pioneira ao lançar um livro sobre direitos femininos, intitulado “Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher”.

Muito tempo se passou até que as mulheres de fato conseguissem articular o movimento, mas a obra de Mary foi de grande influência para as sufragistas britânicas e inspirou mulheres do mundo inteiro. Em 1904, lideranças femininas ao redor do globo já estavam motivadas pela causa e naquele ano foi lançada a International Woman Suffrage Alliance (Aliança Internacional das Mulheres Sufragistas). Essa instituição existe até hoje, mas seu nome passou a ser International Alliance of Women (Aliança Internacional da Mulher).

Reprodução Instagram / Women Alliance Reprodução Instagram / Women Alliance

Tais organizações focavam-se em atos pacíficos e eram anti-rebelião, o que infelizmente não estava surtindo resultados efetivos em favor da causa. Sendo assim, um grupo de mulheres da NUWSS britânica resolveu que era hora de agir mais energicamente. Elas sabiam que as coisas não iriam mudar na base da camaradagem. Decidiram, então, criar a Women’s Social and Political Union – WSPU (União Social e Política das Mulheres). E foi aí que o movimento sufragista começou a fazer barulho de verdade na Inglaterra. Essas mulheres alavancaram a verdadeira revolução e é nelas que o filme se foca, lógico.

Apesar de ser inspirado em personagens reais, o longa vem recebendo duras críticas por não mostrar a participação de imigrantes indianas no movimento britânico. De fato, elas foram figuras importantes dentre as sufragistas daquele país, a começar pela princesa Sophia Duleep Singh. Sophia era filha de um marajá indiano, mas, apesar de ter nascido em uma família rica, resolveu unir-se à luta pelos direitos das mulheres e foi uma ativista expressiva do movimento. Nem ela nem outras personagens indianas são representadas no filme, apesar dos registros que mostram a participação dessas mulheres.

Continua após a publicidade
View this post on Instagram

I was researching the suffragette movement earlier today and I found this remarkable photograph from 1911. London 1911: Exiled Punjabi Indian princess Sophia Duleep Singh, along with other Indian and English women, fighting for voting rights during the suffragette movement in England. To the right of the India poster you can see Emmeline Pankhurst the very lady who led the British Suffragette movement united with Sophia. Princess Sophia's god mother was Queen Victoria and Sophia lived in the royal court. It is wonderful to see women united for a cause, at a time in history peppered with so much prejudice. These women stand and fight together regardless of their religion, ethnicity or skin colour. What a powerful message, such strong inspiring women. Most definitely something todays political leaders can learn from… 😑💩 #united #suffragette #indianhistory #sophiaduleepsingh #london #politics #inspirationalwomen #inspiring #strongindianwomen #power #womensempowerment #india #sari #indianwomen

A post shared by ZINNIA | ज़िन्निया कुमार (@zinniakumar) on

Em “As Sufragistas”, são quatro as personagens de destaque: Maud Watts (interpretada por Carey Mulligan), Emmeline Pankhurst (Meryl Streep), Edith Ellyn (Helena Bonham Carter) e Violet Miller (Anne-Marie Duff). Na vida real, apenas Emmeline existiu de fato. Ela foi uma das fundadoras do movimento na Inglaterra e é a mais notória sufragista da história britânica.

Emmeline nasceu em Manchester, em 1858, e era casada com um advogado que também apoiava a causa das mulheres. Ficou viúva aos 40 anos e sofreu muito pela perda do marido, mas não desistiu da militância. Ela ajudou a fundar, em 1903, a União Social e Política das Mulheres, embrião da revolução sufragista. Foi presa diversa vezes e chegou a fazer greve de fome, como várias outras ativistas. Na época o governo chegava a libertar as prisioneiras para que não morressem por inanição, mas depois ia atrás delas novamente. Emmeline morreu em 1928, poucas semanas após as mulheres terem conseguido o direito ao voto na Inglaterra. Ela tinha 69 anos de idade.

View this post on Instagram

"It is perfectly evident to any logical mind that when you have got the vote, by the proper use of the vote in sufficient numbers, by combination, you can get out of any legislature whatever you want, or, if you cannot get it, you can send them about their business and choose other people who will be more attentive to your demands." #vote #emmelinepankhurst #suffragette #democracy

A post shared by Manchester Evening News (@manchestereveningnews) on

Já a personagem Edith Ellyn é inspirada em duas mulheres reais: Edith New e Edith Margaret Garrud. Edith New foi uma companheira influente de Emmeline na Women’s Social and Political Union. Ela nasceu em 1877, na cidade de Swindon, e desde os 14 anos trabalhava como professora. Resolveu abandonar as salas de aula para se unir à WSPU no início da década de 1900 e viajou ao redor da Inglaterra em nome da militância. Ela era apontada como uma ativista radical e tomava a frente nos protestos mais violentos.

Da mesma forma, Edith Margaret Garrud também tornou-se conhecida como um sufragista faca-na-bota! Nascida em 1872, na cidade de Bath, era casada com um instrutor de ginastica. Ao mudar-se para Londres com o marido, ela virou pupila do primeiro instrutor de Jiu-Jitsu da Europa e tornou-se mestre em autodefesa. Uniu-se às sufragistas como guarda-costas e passou a ser ativa na militância. Curiosamente, ela chegou a ser apelidada de “suffrajitsu” por um jornalista da época. Por conta das improváveis habilidades, transformou-se numa espécie de popstar entre as sufragistas e é sempre lembrada como uma figura emblemática. Mrs. Garrud faleceu em 1971, aos 99 anos.

Continua após a publicidade
View this post on Instagram

6 OCT: How the suffragettes fought back using martial arts #Suffrajitsu #Suffragettes #Campaign British women were exposed to violence and intimidation as they struggled to win the vote in the early 20th century. Edith Garrud became a jiu-jitsu instructor and passed on her skills to other suffragettes. Read more: bbc.in/suffrajitsu #BBCShorts @BBCNews

A post shared by BBC News (@bbcnews) on

Apesar de ser a personagem principal do filme, Maud Watts não é inspirada em uma ou duas mulheres específicas. No longa ela é uma garota pobre que trabalha numa lavanderia e decide unir-se ao movimento depois de ser convidada pela colega Violet Miller (também uma personagem fictícia).

“As Sufragistas” estreia nos cinemas brasileiros em 24 de dezembro. Se você ainda não assistiu ao trailer, aperte o play e prepare-se para se arrepiar!

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 14,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.