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Oscar 2019: pontos fortes e fracos de ‘Green Book: O Guia’

Com cinco indicações ao Oscar, "Green Book: O Guia" mostra a história do pianista Donald Walbridge Shirley.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 15 jan 2020, 23h51 - Publicado em 21 fev 2019, 14h55
 (Ilê Machado/Reprodução)
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Ambientado na década de 1960, com direito a vestidos da época e carros agradáveis aos olhos, Green Book: O Guia é mais do que um belo cenário. A trama é retrata o racismo vivido pelos negros norte-americanos na época.

Baseado em fatos reais, o longa conta a história do famoso musicista Donald Walbridge Shirley – conhecido popularmente como Don Shirley. A trama começa a partir do momento que o artista contrata o motorista Tony Lip, branco e extremamente racista, é contratado para levá-lo pelo sul dos EUA em uma turnê musical. 

Para dar vida a Donald, o ator escolhido foi Mahershala Ali, que ganhou grande destaque após “Moonlight”. Já Tony é interpretado por Viggo Mortensen, Aragorn de “O Senhor dos Anéis”. 

Indicações ao Oscar:

Melhor filme
Melhor ator – Viggo Mortensen
Melhor ator coadjuvante – Mahershala Ali
Melhor roteiro adaptado

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Melhor edição

Principais prêmios que venceu:

Globo de Ouro – Melhor roteiro de cinema, Melhor filme cômico ou musical e Melhor ator coadjuvante em cinema
BAFTA – Melhor ator coadjuvante

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SAG Awards – Melhor ator coadjuvante

Pontos fortes:

Ainda que “Green Book: O Guia” seja uma trama polêmica, alguns pontos são essenciais para fazer do longa uma produção importante. A presença dos atores principais é o primeiro deles. A elegância de Mahershala Ali durante o filme, assim como o jeito preconceituoso – ao ponto de causar desconforto ao público – de Viggo Mortersen são memoráveis.

O que também faz toda a diferença na história é a indagação: o que é ser negro? Quais devem ser as atitudes de pessoas “com cor” – como são chamadas no longa? Esses questionamentos são importantes para que o telespectador entenda que a desconstrução precisa ser diária, caso contrário, ainda corremos o risco de estar delimitando o que é pertencer a determinado grupo social.

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Portanto, o cunho social do filme faz com que, mesmo que a risada seja inevitável em alguns momentos, o desconforto de ver alguém sendo excluído socialmente pelo tom de pele esteja constantemente presente. Isso é importante para que o dedo na ferida seja colocado e o público lembre-se que o racismo é estrutural.

Também é interessante como o longa mostra um recorte diferente sobre a realidade negra, que aflige muitas pessoas: a necessidade de pertencimento. Don Shirley luta claramente contra os estereótipos que são constantemente colocados sobre ele e isso faz com que uma cena de explosão mostre a confusão interna que essa pressão cria.

A mescla com músicas bem tocadas por Mahershala também faz com que as duas horas de trama sejam ainda mais gostosas de assistir.

Pontos fracos:

Mesmo com os pontos sociais relevantes, a produção de Peter Farrelly foi duramente criticada pela família de Donald Shirley. Para eles, a amizade vivida no longa por Viggo e Mahershala nada mais é do que a típica jornada do branco que se redime pelo racismo.

O que também pode decepcionar na trama é que, mesmo com os questionamentos sobre preconceito racial, não tem uma história central surpreendente, pois filmes com temáticas de amizade e evolução humana são comuns.

Será que leva algum Oscar?

Após Mahershala Ali ganhar como “Melhor Ator Coadjuvante” com “Moonlight: Sob a Luz do Luar”, em 2017, a grande aposta para o Oscar 2019 é que o ator leve a estatueta da mesma categoria.

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