Magia, vikings e bruxas: O Homem do Norte — novo filme de Robert Eggers — reúne todas essas temáticas fascinantes para entregar um épico avassalador sobre vingança e ancestralidade.
Ambientado na Islândia durante o século X, o projeto segue o príncipe Amleth, que acaba presenciando o assassinato de seu pai, o rei Aurvandil, pelas mãos do próprio tio. Para salvar a si mesmo, o garoto foge sem rumo em uma canoa, jurando vingança contra aqueles que massacraram a sua família.
Ficou curiosa com a trama? Então confira cinco motivos para assistir a produção estrelada por Nicole Kidman, Anya Taylor-Joy, Alexander Skarsgard e Björk:
Sim, Björk está no elenco!
Não tem como falar de O Homem do Norte sem citar o fato de que Björk está na produção. A artista islandesa não aparecia nas telonas há 22 anos, quando interpretou Selma em Dançando no Escuro, dirigido por Lars Von Trier.
Esse hiatus não ocorreu por falta de aclamação, já que a cantora conquistou inúmeros feitos — incluindo um troféu no Festival de Cannes — por sua performance no projeto. O verdadeiro motivo por trás desse afastamento foi a experiência traumática que teve ao ser dirigida por Lars Von Trier, que lhe assediou física e emocionalmente durante as gravações.
Mas após duas décadas, a estrela finalmente se sentiu confortável para entrar em um set de cinema novamente. O resultado é uma breve e brilhante participação na obra de Eggers.
Temática viking é levada bastante a sério
Esqueça quaisquer outras produções vikings que tenha visto recentemente: O Homem do Norte é o filme definitivo para os amantes da mitologia nórdica. Começando pela cenografia: para trazer mais realismo à narrativa, a equipe construiu dois navios à mão na República Tcheca. Além disso, a incrível variedade de armas utilizadas pelos personagens foi fabricada por artesãos locais, a fim de trazer singularidade à experiência visual.
Os figurinos apresentados no longa também chamam a atenção: ao todo, 918 trajes foram costurados à mão. Linda Muir, figurinista da obra, realizou uma extensa pesquisa acerca dos costumes islandeses no século X para enriquecer a direção de arte.
Até mesmo a assombrosa trilha sonora é composta apenas por instrumentos de sopro, corda e tambores, utilizados majoritariamente na Era Viking.
Fotografia deixa qualquer um chocado
A Bruxa e O Farol são filmes belíssimos, mas O Homem do Norte é incomparável em termos de fotografia. Aqui, Eggers consegue aproveitar paisagens naturais hipnotizantes para transmitir sentimentos como solidão, raiva e transcendência. Inclusive, não é exagero afirmar que a natureza é um elemento tão importante quanto os próprios personagens neste filme.
Robert Eggers: o maior nome do terror atual?
Em A Bruxa, Eggers flertou com o ocultismo para criar uma metáfora sobre o fanatismo religioso. Já O Farol é uma viagem delirante acerca da solidão que proporciona uma estética “lovecraftiana” impecável. E, agora, o cineasta mergulha na cultura viking para falar sobre destino, vingança e ancestralidade.
Não há limites para a mente criativa de Robert Eggers. Após um terceiro filme brilhante, ficamos apenas ansiosos para descobrir quais outros universos o diretor irá explorar na sétima arte.
Inspiração em obras clássicas
Acredite ou não, The Northman é baseado no conto do Príncipe Amleth, uma figura emblemática da mitologia nórdica que inspirou a criação de Hamlet por William Shakespeare.
Surpreendentemente, Eggers consegue resgatar uma história clássica e transformá-la em uma experiência inovadora, brutal e poética. E aí, vai deixar de conferir nos cinemas?