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Camila Gondo e a arte dos murais que inspiram outras mulheres

“Meu objetivo é deixar as pessoas mais felizes depois de cruzarem com minhas obras”

Por Lorraine Moreira
16 fev 2024, 08h44
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  • Nascida em 1990, Camila Congo é uma mulher de múltiplas raízes. Ela passou a infância e a juventude entre o Brasil e o Japão, graças ao trabalho de seu pai. Esses movimentos de ir e vir foram formativos para a muralista e artista plástica nipo-brasileira. “Sou impactada por dois mundos distintos. Tudo o que sou, penso e faço está ligado a essas vivências”, diz.

    Seu vasto catálogo de clientes, que inclui L’Occitane, Shiseido, Bulgari, Starbucks, Google, Facebook e, em 2022, até a Copa do Qatar, causa a impressão de que Camila teve uma trajetória linear, calculada com muita clareza. A realidade, porém, é diferente.

    Primeiro, a artista cursou design de produtos na Unesp. À época, testou a produção de móveis, jóias e eventos, sem encontrar um ramo definitivo. Por fim, decidiu estudar design de moda em Lisboa. Foi lá que se deu sua grande virada.

    Em solo português, se viu constantemente confrontada com sua identidade: “Diziam ‘você não é do Brasil. Olha sua cara!’”, lembra Camila. Os constantes apontamentos causavam desconforto — e a levaram a pensar sobre sua ancestralidade. “Passei a pintar para entender o que significa ser nipo-brasileira. Foi tão pessoal que eu não mostrava para ninguém.”

    Aos poucos, porém, começou a receber encomendas que foram se multiplicando, até o dia em que decidiu largar o trabalho antigo — sem contar aos familiares, porém. “Sempre tive muito respeito pela minha família. Queria dar a notícia quando tivesse certeza”, explica.

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    Camila Gondo realizando um mural
    Realizando pinturas em murais em grandes centros e estabelecimentos, a arte de Camila gera autencidade por onde passa, causando boas energias e identificação em mulheres nipo-brasileiras assim como ela (Instagram @camilagondo/Reprodução)

    Certo dia, ela recebeu o convite para colorir uma parede. “Até aquele momento, nunca tinha feito nada parecido. Assim que terminei, descobri a materialização de um sonho. Não parei mais.” Desde então, suas artes estão espalhadas em ruas, casas e estabelecimentos. O sucesso nas redes sociais veio em paralelo e montar o Grupo Empreendedoras Mulheres Amarelas acabou sendo uma consequência. 

    “Queria criar uma rede de apoio para mulheres amarelas. Começou comigo e uma amiga, agora somamos 400.” Em parceria com outras empresárias, ela tem colorido produtos que vão de velas a caixas, com delicadeza e vibração características. “Meu objetivo é deixar as pessoas mais felizes depois de cruzarem com minhas obras.” Sem dúvida, ela tem conseguido.

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