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Multifacetada, Mel Lisboa fala sobre o retorno às novelas

Atriz volta às novelas, após hiato de 14 anos, com a vilã Regina, do folhetim das 19h na Globo, 'Cara e Coragem'

Por Joana Oliveira
14 jun 2022, 07h55
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  • Mel Lisboa não para. Aos 40 anos, a atriz gaúcha acaba de voltar às novelas, depois de um hiato de 14 anos, com Regina, vilã de Cara e Coragem, folhetim das 19h da Globo; segue em cartaz no Rio de Janeiro com a peça Misery, baseada na obra homônima de Stephen King, na qual ela interpreta a enfermeira Annie Wilkes, e se prepara para estrear, ainda este ano, a terceira temporada da audiossérie Paciente 63, ao lado de Seu Jorge, além de dois longa-metragens que devem chegar ao cinema também em 2022.

    Em entrevista exclusiva com CLAUDIA, Mel se diz realizada neste momento da carreira, em meio a tantos projetos. “O convite para a novela chegou no final de 2020, íamos começar a gravar em maio de 2021, mas só foi possível no início deste ano. Adorei a trama da novela, o perfil da personagem e fiquei na ansiedade de começar a trabalhar.” Em Cara e Coragem, que estrou no dia 30 de maio, Regina tem uma origem humilde da qual renega e é uma grande manipuladora e alpinista social.  Assessora de Clarice (interpretada por Taís Araujo) na empresa SG, Regina também é amante de Leonardo (Ícaro Silva), e sonha que o empresário assuma a relação dos dois. Grande incentivador do seu par romântico, ela quer ajudá-lo a assumir a presidência da SG, não apenas pelo seu próprio interesse financeiro, mas porque o ama verdadeiramente. Essa, até o momento, é sua única qualidade redentora. 

    Ela é uma personagem com a qual dá para brincar bastante, quase uma meta-atuação, porque ela é dissimulada, é muito divertido, quanto mais você tentar dar verdade para o que está fazendo, mais dissimulada ela fica”, comenta a atriz.

    Mel conta que os 14 anos longe das telinhas foram resultado de uma conjunção de fatores, principalmente a decisão de se estabelecer em São Paulo, onde vive com o marido, o músico Felipe Roseno, e os filhos, Bernardo, de 12 anos, e Clarice, de 9. “Vim para São Paulo fazer teatro e isso me abriu muitas portas”, diz.

    Hoje, ela vive um verdadeiro malabarismo logístico na ponte aérea entre a capital paulista e o Rio de Janeiro, onde acontecem as gravações da novela e as sessões de Misery nos finais de semana. “Toda semana recebo o roteiro de gravações, então me desdobro para ficar com meus filhos e fazer um bom trabalho. Converso bastante com eles sobre a importância da minha profissão para mim.”

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    É na cidade maravilhosa que, em meio à correria, ela encontra algum tempo para si, fazendo aulas de canto, musculação, lendo livros e saindo com amigos. Também encontra momentos para sentir a reação do público com sua volta à televisão. “Quando parei de fazer novelas, as redes sociais não eram como hoje. Já na primeira semana de Cara e Coragem no ar, senti um retorno muito bom de quem está acompanhando a trama e a Regina. Já deu para perceber, como me disseram em mensagens, que ela é ‘mais falsa que nota de três reais'”, ri. Apesar disso, Mel prefere não criar expectativas sobre a possibilidade de inscrever o nome de Regina no rol das vilãs que marcaram a teledramaturgia brasileira. “Sou muito medrosa em relação a isso e prefiro ficar com os pés no chão, mas é claro que espero que o público ame odiá-la.”

    Mel Lisboa caracterizada como a vilã Regina, de 'Cara e Coragem'.
    Mel Lisboa caracterizada como a vilã Regina, de ‘Cara e Coragem’. (João Miguel Junior/TV Globo)

    Projetos futuros

    Mel Lisboa é uma atriz estudiosa e que gosta de se testar. Uma das coisas que mais a atraiu no projeto de Paciente 63, podcast no qual interpreta a psiquiatra Elisa, foi o desafio de atuar sem qualquer outro recurso além da voz. “Você tem que falar de forma natural, com boa dicção, mas sem parecer que está lendo o texto. É um exercício técnico extraordinário para quem trabalha com interpretação e eu adoro estudar e evoluir, então foi um super presente.” Ela conta que ouviu primeiro a série original chilena e se apaixonou pelo roteiro. A versão brasileira foi tão bem produzida que ganhou, em 2021, o prêmio de melhor podcast do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

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    Além da terceira temporada da audiossérie, a atriz tem previsão de estrear no segundo semestre os longas Atena, um thriller sobre violência de gênero no qual ela interpreta uma anti-heroína que faz justiça com as próprias mãos, e Foram sussurros que me mataram, um filme experimental. “Ele tem uma linguagem bem diferente, foi todo gravado dentro de um quarto de hotel, com apenas quatro personagens, além de duas participações, tudo muito teatral. Fazer esse filme foi quase uma não-interpretação, devido ao tom monocórdio do texto”, conta.

    O momento prolífico na carreira de atriz contrasta com a crise que a cultura brasileira arrasta nos últimos anos, com sucessivos cortes nas políticas públicas para a área, e Mel é consciente disso. “Nossa cultura está sofrendo, mesmo sendo a arte uma necessidade do ser humano. É o que nos diferencia dos outros animais, essa capacidade de representarmos a nós mesmos e contarmos nossas próprias histórias. Mas a potência da arte e da cultura brasileira é proporcional à perseguição que elas sofrem, porque elas conscientizam e mobilizam, provoca um olhar para dentro de si e para o outro”, afirma.

    É por isso que, mesmo com a agenda lotada, Mel já está focada em projetos futuros. No ano que vem, ela quer remontar a peça Rita Lee, na qual interpretou a diva mor do rock brasileiro em 2014 e 2015. Agora, ela pretende mudar a produção, baseando-se na autobiografia publicada pela cantora em 2016, e a própria Rita subiu ao barco. “Ela está trabalhando comigo nesse projeto, num momento também de celebração de sua vida, principalmente após superar o câncer”, diz Mel, referindo-se ao tumor no pulmão que a cantora superou durante a pandemia de Covid-19.

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    E, ainda que ela dê detalhes, vem mais por aí. “Quero fazer muita coisa. Sou freelancer, então já vivo pensando no depois, no amanhã.” Mel Lisboa não para. E é seu público que tem a ganhar com isso.

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