O filme “Coringa – Delírio a Dois”, que estreia nesta quinta-feira (03) nos cinemas, traz de volta Joaquin Phoenix como o enigmático Arthur Fleck, agora consolidado como o anti-herói dos quadrinhos. A trama explora o que acontece com o personagem após ser preso no Asilo Arkham: enquanto aguarda um julgamento, ele conhece Harley Quinn, que reaviva seu lado perigoso.
Esse é o grande retorno de Lady Gaga às telonas. A artista protagoniza o relacionamento entre os dois vilões – um dos principais motores do longa. A história gira em torno da psique perturbada de ambos, que, ao se conectarem, criam uma dinâmica caótica e, muitas vezes questionável.
A sequência explora temas como saúde mental e as consequências de uma sociedade que marginaliza indivíduos como Arthur e Harley. Ainda há uma camada musical que nos dá momentos surreais e coreografados, além de ferramentas para compreender a mente do protagonista.
1. Atuação impecável de Joaquin Phoenix
O ator retorna ao papel icônico do vilão, trazendo novamente uma abordagem intensa e imersiva do personagem. Junto com o diretor Todd Phillips, ele moldou a evolução do Coringa, explorando uma faceta identitária: será que o protagonista quer ser visto como o anti-herói ou apenas ser valorizado como Arthur Fleck?
Nesta sequência, Phoenix se aprofunda na mente confusa de alguém que sofreu múltiplos abusos durante a vida através de sua atuação – e ainda oferece um número de sapateado para os fãs.
2. E de Lady Gaga, é claro
Conhecida por sua versatilidade artística, a artista assume o papel de Harley Quinn, marcando sua primeira grande incursão no universo dos quadrinhos. No filme, Gaga combina música e atuação – ainda que, por vezes, seja um pouco difícil desassociar a personagem da popstar.
Em entrevista durante o Festival de Veneza, ela revelou que precisou “desaprender a cantar” para gravar o longa. Isso porque Lee não é, de fato, uma cantora. “Para mim, há muitas notas ruins, na verdade, de Lee. É algo totalmente diferente do que já fiz”, completou. Ela ainda detalhou que preferiu ser chamada de Lee durante as filmagens.
3. Vilão humanizado
O lançamento evidencia as camadas psicológicas e emocionais de Coringa. Ao invés de retratá-lo como uma figura puramente maligna, a narrativa explora sua vulnerabilidade e sua luta interna com traumas e sofrimentos. Assim como no primeiro filme, o enredo traz as circunstâncias sociais e pessoais que moldam sua personalidade, destacando a conexão entre suas dores e a forma violenta que ele age.
Além disso, a inclusão de Harley Quinn, adiciona uma nova dimensão à sua humanização: a relação entre os dois é retratada de forma complexa, mostrando como ambos são, de certa maneira, vítimas de um mundo disfuncional. Em vez de ser apenas uma história de vilania, a interação entre dois personagens aprofunda a empatia do público.
4. Questões sociais
Não será difícil o espectador notar temas contemporâneos – o que torna a narrativa mais relevante e provocadora. Um dos principais é a desigualdade social e econômica, retratada através da luta de classes e do contraste entre os ricos e os pobres na cidade de Gotham.
A marginalização das pessoas vulneráveis e a falta de acesso a serviços básicos, como saúde mental e suporte social, são centrais na trama, destacando como a sociedade falha em cuidar daqueles que mais precisam.
O Coringa, que começa como um indivíduo vulnerável e à margem da sociedade, é a personificação trágica dessas falhas estruturais.
Outro tema importante é a problematização da pena de morte. O filme questiona a eficácia do sistema penal e a ideia de punição como solução. Essa abordagem faz o público refletir sobre o papel do Estado na formação do comportamento humano, principalmente no que diz respeito à exclusão e à alienação.
5. Plot twist
Se você ama plot twists, vai gostar de “Coringa – Delírio a Dois”. No longa, há reviravoltas intrigantes que levam a um desenvolvimento inesperado da história.
No relacionamento entre Arthur Fleck e Harley Quinn, por exemplo, nos questionamos se o que estamos vendo é realidade fruto da loucura dos dois. Além disso, a perspectiva de Harley sobre o casal muitas vezes contrasta com o entendimento de de Arthur.
O final, por sua vez, não entrega o que esperamos. Ele traz implicações curiosas sobre o legado do vilão dentro e fora do universo do filme.
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