Marina Ruy Barbosa e Bruno Gagliasso em dose dupla no cinema e na televisão? É isso mesmo. A dobradinha inusitada acontece a partir da próxima segunda-feira (12), com a estreia de “O Sétimo Guardião” – isso porque nessa quinta (8) chega às telonas “Todas as Canções de Amor”, filme em que eles também interpretam um casal. Apesar dessa coincidência, a novela e o filme não têm ligação entre si.
“Todas as Canções de Amor” marca a estreia de Marina como protagonista no cinema e de Bruno como produtor nessa mesma área. O filme também é estrelado por Julio Andrade e Luiza Mariani.
Na trama, Ana e Chico (Marina e Bruno) acabaram de se casar e vão morar juntos em um apartamento antigo, localizado na região central de São Paulo. Ali Ana encontra uma fita cassete e um empoeirado aparelho de som. Ao ouvir o conteúdo da fita, Ana descobre que ela só contém músicas tristes de amor. Quem fez a gravação foi Clarisse (Luiza), num momento em que seu casamento com Daniel (Julio) estava em crise. Isso aconteceu 20 anos antes e as histórias de ambos os casais se intercalam ao longo do filme, tendo o mesmo apartamento como pano de fundo.
Com uma premissa poética e fértil, “Todas as Canções de Amor” é um filme intimista e envolvente. Mesmo tendo apenas quatro personagens, o longa não é monótono – e isso é um trunfo e tanto. A musicalidade do filme tem um papel importante nesse contexto, mas a história em si e as boas interpretações também fazem toda a diferença, claro. Outro ponto super positivo é que a música brasileira ganha merecido destaque.
A história de Clarisse e Daniel é a que mais prende, e Luiza Mariani entrega a atuação mais potente do filme. O resto do elenco também faz um bom trabalho e ambos os casais estão em sintonia. Num filme em que há só um cenário na maior parte do tempo e que dá um enorme peso aos diálogos, essa química é importantíssima – e ela não deixa a desejar. O mérito não é só dos atores, mas também de Joana Mariani, que faz sua estreia como diretora de um longa de ficção. A direção musical, que engrandece o trabalho, é assinada por Maria Gadú.
“Todas as Canções de Amor” não é um filme com força o suficiente para figurar entre os grandes títulos do cinema nacional, mas é um trabalho que agrega frescor ao portfólio dos filmes brasileiros. Ele traz uma ideia original – ao menos dentre os longas daqui – e muito cativante, aliada a uma execução competente por parte de quem está na frente e atrás das câmeras.
Para além da identificação imediata com algumas – ou todas – as músicas apresentadas, esse é um filme que fala sobre amor de uma maneira capaz de tocar o público. É sobre novos e antigos relacionamentos, sobre atritos que rompem laços e sobre laços que se sobrepõe aos atritos.
Histórias de amor são um grande clichê do cinema, mas elas jamais se tornarão obsoletas e é gratificante se deparam com um filme como “Todas as Canções de Amor”. Ele certamente vai tocar o seu coração de alguma forma, seja pelas paixões de hoje ou por aquelas que só vivem na lembrança – e que voltam a apertar o peito quando a gente resolve ouvir antigas músicas de amor.