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6 livros, documentários e séries sobre mulheres nas artes

As curadoras Carollina Lauriano e Marina Bortoluzzi e a artista Marcela Scheid, convidadas da Casa Clã, dão as dicas valiosas

Por Paula Jacob
Atualizado em 14 mar 2023, 10h41 - Publicado em 9 mar 2023, 18h28
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  • Nesta quinta-feira, 9/3, a Casa Clã recebeu as curadoras Carollina Lauriano e Marina Bortoluzzi e a artista Marcela Scheid para o talk Mulheres da arte: das galerias à rede., mediado pela jornalista colaboradora de Elástica, Beatriz Lourenço. A rica troca entre as especialistas presentes fez o público refletir sobre trabalho autoral, o impacto da arte na sociedade de hoje e como a presença de mulheres (e quaisquer que sejam as interseccionalidades) é de extrema relevância para o avanço no mercado.

    Mulheres da arte: das galerias à rede
    Marcela Sheid, Marina Bortoluzzi e Carollina Lauriano. (Marcella Camillo/CLAUDIA)

    “Quando o homem percebe que a mulher tem uma capacidade intelectual, técnica, plástica e muito parecida, ela é uma grande competidora. E o que você faz? Você aniquila o competidor”, comentou Carollina Lauriano sobre as barreiras da diversidade no meio, que não são de hoje. Citando Virginia Woolf, ainda fez um paralelo com a necessidade da mulher ter que criar “um teto todo seu” para ser capaz de se emancipar e ter espaço (e tempo) para criar.

    A diferença de oportunidades entre homens e mulheres também foi direcionada na troca entre as convidadas. “Quando a gente traz a nossa presença corporal nos cargos de poder e somos criadoras e protagonistas, colocamos a nossa inteligência à prova, somos sempre questionadas. Já postamos algumas pesquisas [no Women on Walls] que mostram, por exemplo, que homens no universo artístico ganham mais que as mulheres. Portanto, não é só trazer a temática à tona, é muito estrutural, muitas camadas para resolvermos”, complementou Marina Bortoluzzi.

    Mulheres da arte: das galerias à rede
    Beatriz Lourenço, Marcela Sheid, Marina Bortoluzzi e Carollina Lauriano. (Marcella Camillo/CLAUDIA)

    Além disso, as participantes também elaboraram sobre a arte nos tempos de redes sociais e como medir o impacto ou a relevância de algo apenas pelo número de seguidores ou audiência não deveria ser mais um parâmetro (nem para as galerias, nem para as marcas investidoras e nem para o público). “Precisamos ter critério. Não é possível ter a sua arte estampada em uma escova de dente se isso não faz sentido para você [artista]. A relação entre produto e arte precisa existir, em qualquer situação de colaboração”, pontuou Marcela Scheid. Ela, que é conhecida por suas obras que misturam ilustração e poemas a respeito da experiência da mulher contemporânea, assinou algumas coleções de sucesso em parceria com marcas de moda.

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    A seguir, elas indicam livros e documentários sobre mulheres nas artes:

    Maria não se esqueça que eu vim dos trópicos

    O documentário, dirigido por Elisa Gomes e Francisco C. Martins, reúne entrevistas com especialistas para falar sobre Maria Martins, artista vanguardista do Brasil que teve forte influência no surrealismo. Apesar de esquecida na história da arte nacional, esse importante resgate faz com que seus estudos e esculturas ganhem o protagonismo que merece. “O filme traz à tona a perspectiva da artista, que sempre ficou conhecida como ‘a mulher do diplomata’ quando, na verdade, fez mudanças profundas no Brasil e no mundo também”, indica Carollina Lauriano.

    Beyond the visible

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    Outra indicação da curadora de arte é este filme. A diretora alemã Halina Dyrschka faz neste seu primeiro documentário um tributo à vida e obra da grandiosa Hilma af Klint, que, por muito tempo, também foi esquecida pelos curadores e pesquisadores da área. Apesar disso, e hoje isso já é sabido, Hilma foi uma das precursoras da arte abstrata antes mesmo disso ser um termo. Visionária, ela trouxe da ciência, do espiritualismo e da natureza as séries de formas e cores que dão o tom da sua carreira.

    Bauhaus

    Marina e Marcela citaram a série de ficção da HBO, Bauhaus, inspirada no nascimento da escola transgressora que mudou os cursos da arte contemporânea, influenciando no cinema, no design gráfico, na arquitetura e mais. “É interessante a narrativa porque parte do olhar das mulheres, sempre escondidas no panorama da época. São alunas que viram professoras e afirmam a sua existência nesse espaço”, disse Scheid.

    Bauhaus mädels

    6 livros, documentários e séries sobre mulheres nas artes
    (Divulgação/Divulgação)
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    Daqueles coffee table book para exibir com orgulho: Bauhaus mädels: tribute to pioneering women artists (Taschen) reúne 400 fotografias tiradas entre 1919 e 1933 só das mulheres que fizeram parte da escola alemã Bauhaus. “A gente acha que tiveram só três ou quatro artistas mulheres importantes no período, mas foram inúmeras, e esse livro é registro disso. A escola que tanto se dizia liberal e progressista era, na verdade, machista”, diz Marcela citando o apagamento da presença feminina na época.

    Leonora Carrington: Surrealism, Alchemy and Art

    6 livros, documentários e séries sobre mulheres nas artes
    (Divulgação/Divulgação)

    Parte da pesquisa de mestrado de Marina Bortoluzzi, este livro, segundo ela, faz um paralelo entre a conexão do feminino com a espiritualidade. Neste livro, é possível compreender um pouco sobre a vida e a atuação da artista que abalou o mundo com apenas 19 anos. Nascida em Londres, ela se mudou para Paris para dar espaço ao que mais amava: escrever e pintar. Participou de exposições surrealistas e se aproximou de nomes como Luis Buñuel e Octavio Paz após emigrar para a Cidade do México na década de 1940. Ali, ela encontrou vazão também para o seu contato com o ocultismo e a alquimia dos povos originários do México. 

    Uma africana no Louvre

    6 livros, documentários e séries sobre mulheres nas artes
    (Divulgação/Divulgação)
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    E para finalizar a nossa lista, Uma Africana no Louvre, de Anne Lafont (Bazar do Tempo), é a outra indicação de Carollina Lauriano. Neste livro, a historiadora de arte francesa faz uma análise inédita da presença do quadro pintado pela também francesa Marie-Guillemine Benoist, aos 38 anos, desde 1800. Ele mudou de nome algumas vezes no curso, mas sua relevância marcou análises e comentários dos mais diversos a respeito da jovem negra retratada com elegância e aparência doce. “Ela sustenta a pose e ocupa seu lugar num momento da história em que a capacidade de ostentar uma postura digna e reta não era uma situação fácil para as mulheres negras de Paris”, escreve a autora.

    Sobre a Casa Clã

    Casa Clã acontecerá de 8 a 11 de março na Casa Higienópolis, em São Paulo, e é uma iniciativa das nossas grandes vozes femininas da Editora Abril: Boa Forma, CLAUDIA, Bebê.com e Elástica, com patrocínio de MSD e Buscofem, e apoio de Kia, Intimissimi, Calzedonia, Sculptra, ANK Jewellery e LinkedIn.

    Durante os quatro dias de eventos, o sentido feminino que está em todos nós será despertado através de uma série de experiências inspiradoras e debates dos temas mais relevantes para a igualdade de gênero na sociedade. Confira aqui a programação completa e inscreva-se na programação (gratuita e presencial) para os dias 10 e 11 de março.

    Para não perder nenhuma novidade, não deixe de seguir as redes sociais de CLAUDIA,  Boa Forma, Bebê e Elástica.

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