Jéssica Ellen: “O mercado ainda não entende a pluralidade dos artistas”
A cantora e atriz retornou aos palcos no festival que exalta a música negra, Encontros Tropicais, em Salvador
Pronta para subir ao palco pela primeira vez após a pandemia, a cantora e atriz Jéssica Ellen não escondeu a ansiedade na coletiva de imprensa do Encontros Tropicais, show em homenagem ao mês da Consciência Negra promovido pela Devassa em Salvador, nesta sexta-feira, 27.
Com o propósito de disseminar a cultura periférica do Brasil, o evento, que foi produzindo por Rafa Dias, do grupo ÀTTØØXXÁ, e teve cocriação de Carlinhos Brown e Larissa Luz, reuniu um time de artistas de diversos estilos, como o cantor Criolo e a rapper Stephanie.
Diferente da sua última personagem, a Camila, da novela Amor de Mãe, da Rede Globo, Jéssica cultiva uma faceta mais leve e brincalhona, que foi expressada com encanto no reality show The Masked Singer Brasil com a personagem da gata espelhada.
“Sempre dei espaço pra arte e pra música, mas há uma dificuldade do mercado entender que artistas são plurais”
Jéssica Ellen
“A arte é muito ampla. Se a gente se define, acaba em uma limitação. A primeira experiência que tive com a arte foi aos 10 anos dançando. A arte é muito generosa, porque ela vai nos apontando caminhos e encontros catárticos, como esse que vivemos hoje”, diz a atriz, que dividiu o palco com Larissa Luz, cantora e uma das produtoras do festival.
Encontros Tropicais
Nos bastidores, o afeto transbordava nas palavras e no olhar de cada artista. A paulistana Stephanie lembrou entre suas colegas como foi sinuoso o caminho até ali. “Sou rapper e mãe de três filhos. Não é nada fácil.” Por isso, ter a oportunidade de mostrar o trabalho é um exercício vital.
Além de cantarem suas músicas, o show foi uma grande ode ao legado de Dona Ivone Lara, que completaria 100 anos neste ano, e as mulheres no samba. O show ainda contou com a participação de artistas renomados e revelações da música preta brasileira: WD, Banda Didá e Lukinhas.