Ava DuVernay dá resposta ácida sobre estrutura racista do Globo de Ouro
No último domingo (21), foi revelado que a premiação não possui pessoas negras no grupo responsável pelas indicações às categorias
A 78ª edição do Globo de Ouro será neste domingo (28), mas o clima está longe da típica celebração das premiações. Além da divulgação das denúncias corrupção na Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPQ), grupo responsável pelas indicações, a matéria do jornal Los Angeles Times revelou um racismo institucional dentro da organização.
Segundo o veículo, a HFPA, que é composta por 87 jornalistas internacionais, não possui nenhum membro afrodescendente. Por meio de um representante, a Associação reconheceu a situação e disse que está “comprometida em resolvê- la.”
A diretora afro-americana Ava DuVernay usou da ironia para questionar a ausência de negros na HFPA. “Revela? As pessoas estão agindo assim ainda, não é amplamente conhecido? Por ANOS?”, respondeu no Twitter a notícia com o título: “LA Times revela que a HFPA tem zero membros negros e levanta novas questões sobre a ética dos eleitores do Globo de Ouro”.
Reveals? As in, people are acting like this isn’t already widely known? For YEARS? pic.twitter.com/FOSuRq4F7o
— Ava DuVernay (@ava) February 22, 2021
Olhos que Condenam, minissérie da Netflix dirigida por DuVernay, foi aclamada pela crítica e conquistou 16 indicações ao Emmy Awards 2019. Porém, o Globo de Ouro deixou a produção, que conta a história de jovens negros condenados injustamente por um crime no Central Park, de fora da sua 77ª edição.
Um dos protagonistas da minissérie, o ator Jharrel Jerome, que deu vida ao personagem Korey Wise, venceu o Emmy de 2019 na categoria ator principal em minissérie ou filme. Já no Globo de Ouro de 2020 a nomeação não aconteceu.
O filme Da 5 Bloods – Irmãos de Armas, de Spike Lee, e a série I May Destroy You, de Michaela Coel, estão na lista de produções – conduzidas por diretores negros – reconhecidas pela críticas, mas excluídas pela premiação.