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Filme Hot Milk discute os limites entre amor e liberdade

Sensível e ambicioso, o drama de Rebecca Lenkiewicz traz uma paisagem de tirar o fôlego. Confira a entrevista com a diretora

Por Beatriz Lourenço
4 jul 2025, 16h01
Adaptada do romance homônimo de Deborah Levy, a trama acompanha a relação entre Rose (Fiona Shaw) e sua filha Sofia (Emma Mackey).
As personagens, complexas e intensas, se constroem em um pano de fundo sensorialmente rico: as praias de Almería, na Espanha (Divulgação/Divulgação)
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Dirigido por Rebecca Lenkiewicz, o drama Hot Milk capta o espectador do começo ao fim. Adaptada do livro homônimo de Deborah Levy, a trama acompanha a relação entre Rose (Fiona Shaw) e sua primogênita Sofia (Emma Mackey). Enquanto a mãe sofre de uma doença misteriosa que a mantém em uma cadeira de rodas, a filha torna-se uma espécie de cuidadora – até que elas decidem viajar em busca de um tratamento alternativo com o Dr. Gómez (Vincent Pérez).

Acontece que, durante o processo, Sofia encontra Ingrid (Vicky Krieps), e se vê num intenso romance que tensiona ainda mais sua relação com a mãe – que já é cheia de traumas não ditos e sentimentos confusos. 

As personagens, complexas e intensas, se constroem em um pano de fundo sensorialmente rico: as praias de Almería, na Espanha. O clima escaldante do local é retratado com uma câmera intimista e cores quentes, que ora evocam opressão emocional e, por vezes, uma liberdade prestes a ser conquistada. 

Ambientado no calor escaldante do verão espanhol, o filme acompanha Sofia (Emma Mackey) e sua mãe doente, Rose (Fiona Shaw), enquanto viajam para a cidade costeira de Almería em busca da ajuda de Dr. Gómez (Vincent Perez), um enigmático curandeiro que pode ter a chave para a misteriosa doença de Rose.
Baseada no romance homônimo de Deborah Levy, indicado ao Booker Prize de 2016 e selecionado para o Goldsmiths Prize, a produção teve sua estreia mundial na Competição do 75º Festival Internacional de Cinema de Berlim (Divulgação/Divulgação)

Em geral, esta é uma obra que impressiona visualmente, provoca reflexões sobre laços familiares e ainda oferece performances sólidas — sobretudo quando Shaw e Mackey contracenam. O ritmo lento pode não ter sido a melhor escolha para a adaptação, mas agrada quem valoriza produções que apostam no clima atmosférico. Já nos cinemas!

A seguir, leia a entrevista com a diretora Rebecca Lenkiewicz

CLAUDIA: Todos os personagens femininos parecem lutar por alguma forma de liberdade. Para você, o que significa ser livre?

Eles estão lutando pela liberdade de amar quem eles querem amar e de serem amados. E acho que essa é uma pergunta incrivelmente importante para o momento – quando o mundo e a sociedade estão indo muito mais para a direita e os direitos de quem você ama estão sendo questionados e minimizados, então a liberdade é um assunto muito importante

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Assim como a liberdade das mulheres sobre seus próprios corpos e o seu direito de controlá-los como quiserem. A liberdade, para mim, é me sentir como eu sou, e isso parece simples, mas não é. Ser como sou em um ambiente que não seja hostil é um grande desafio. A liberdade é uma espécie de céu para mim. Não sou uma pessoa religiosa, mas a liberdade seria minha religião e é o tema da minha obra.

CLAUDIA: Como foi o processo de adaptação do livro?

Foi fascinante! Eu amei o livro e fiz minha própria interpretação, depois reli a obra. As cenas mais difíceis foram as mais íntimas, porque você quer ser autêntico e bonito, mas não quer repetir o que as pessoas já viram sobre paixão e sensualidade – o desafio foi produzir algo emocionante e original. 

Por outro lado, as cenas mais fáceis foram as mais visuais: paisagens maravilhosas, caminhadas, cachorros no chão, detalhes que eram filmados facilmente.

Com performances envolventes e complexas do elenco principal, Hot Milk traz um olhar vívido e evocativo sobre libertação e desejo.
Enquanto tensões há muito enterradas fervilham entre elas, Sofia se vê atraída pela magnética e livre Ingrid (Vicky Krieps). Mas, sob o sol forte, a crescente independência e a busca por liberdade de Sofia se tornam demais para sua mãe controladora (Divulgação/Divulgação)
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CLAUDIA: A relação entre mãe e filha traz muitas tensões, sentimentos desconhecidos e um peso emocional não dito. Como você interpreta essa dinâmica?

Essa relação me fascina porque a Sofia cuida de sua mãe desde a infância, o que torna essa relação muito particular. Mesmo na vida adulta, ela não vai embora – e também usa a condição da mãe como um escudo para não se impor no mundo. E a mãe, Rose, está amarrada com sua filha e, ao mesmo tempo, não pode amá-la livremente por causa do passado. O que me fascina é esse trauma.

O trauma da Rose, na Irlanda, se reflete no dia presente, e a torna uma vítima. E o trauma da Sofia, de seu pai abandoná-las e de cuidar de sua mãe, é muito dominante – não tem como se livrar. Nesse ponto da história, tudo isso está explodindo. E esses momentos são os que me fascinam.

CLAUDIA: Em uma entrevista anterior, você mencionou que prefere levantar perguntas ao invés de dar respostas. Que tipo de perguntas você está fazendo neste filme?

Estou perguntando sobre o amor. Podemos amar livremente se não formos amados dessa forma? Se não crescemos com amor incondicional e não crescemos sendo valorizados como crianças, podemos superar esses obstáculos como adultos? E podemos abrir a porta e dizer que temos coragem de amar? 

Porque Sofia acha isso muito difícil e Rose acha quase impossível. E Ingrid está igualmente presa. Então eu acho que há perguntas sobre o amor e como podemos ser resilientes – inclusive, as mulheres são incrivelmente resilientes nesse sentido.

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