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Festival de Cannes 2023 bate recorde de filmes dirigidos por mulheres

Apesar disso, o percentual feminino ainda é baixíssimo na seleção oficial da mostra

Por Raíssa Basílio
18 abr 2023, 08h46
"La Chimera", de Alice Rohrwacher, é um dos filmes em competição no Festival de Cannes 2023.
"La Chimera", de Alice Rohrwacher, é um dos filmes em competição no Festival de Cannes 2023. (MUBI/Divulgação)
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O Festival de Cannes divulgou a seleção oficial da 76ª edição nesta semana – que contou com um recorde de filmes realizados por mulheres em competição. Este ano, o evento contará com apenas 6 filmes de diretoras femininas disputando por prêmios. Esse número ainda é baixo, mas é uma melhora na representação – e as mostras internacionais têm feito um esforço muito maior do que o de Hollywood neste sentido.

É inegável que são ainda pequenos passos, no entanto, aos poucos, o mercado cinematográfico vai melhorando. As produções que competem no festival com o comando de mulheres são: La Chimera (Alice Rohrwacher), Club Zero (Jessica Hausner), Last Summer (Catherine Breillat), Anatomie d’une chute (Justine Triet), Banel et Adama (Ramata-Toulaye Sy) e Four Daughters (Kaouther Ben Hania).

O número já foi maior que em 2022, que contou só com 5 filmes de mulheres em competição. Entretanto, a programação completa de longas em competição de Cannes tem 19 títulos, ou seja, o percentual feminino segue abaixo, bem abaixo, dos 50%. No total, o festival francês tem uma seleção oficial com 51 produções, destas, só 14 títulos são de realizadoras femininas. Novamente, é um número maior do que em 2022, com apenas 9 filmes de cineastas mulheres.

Confira abaixo um pouco sobre os filmes dirigidos por mulheres no Festival de Cannes:

La Chimera

A diretora italiana Alice Rohrwacher, indicada ao Oscar pelo curta-metragem, Le pupille, traz a história de um jovem arqueólogo que se envolve em uma rede internacional de artefatos roubados. Foram divulgadas poucas informações de La Chimera, mas sabemos que o elenco tem Isabella Rossellini, Josh O’Connor, Alba Rohrwacher, Luca Chikovani.

Club Zero

“Club Zero”, de Jessica Hausner, está na seleção oficial de Cannes. (Bac Films/Divulgação)
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Estrelado por Mia Wasikowska, Sidse Babett Knudsen, Sam Hoare e Camilla Rutherford, o drama Club Zero segue uma professora que começa a dar aula em uma escola de prestígio e apresenta uma nova disciplina aos alunos que ela chama de “alimentação consciente”. Seus alunos adolescentes passam a ir contra as normas sociais  e reduzem o consumo de alimentos – o que parecia uma boa ideia, acaba se tornando levemente complicado. Club Zero também ainda não tem trailer.

Last Summer

Last Summer (L’été dernier) é um thriller erótico da diretora francesa Catherine Breillat, a trama acompanha Anne, uma advogada que vive com o marido, Pierre, e suas filhas. Ela acaba se apaixonado por Theo, e o grande problema é que o jovem é filho do primeiro casamento de seu esposo. O elenco tem Léa Drucker, Olivier Rabourdin, Clotilde Courau e o estreante Samuel Kircher.

Anatomie d’une chute

Um suspense em que uma mulher é acusada de ter matado seu próprio marido. A única testemunha do ocorrido é o filho do casal, um menino deficiente visual de 11 anos. Ele acompanha o julgamento da mãe e, durante o processo, é colocado em um dilema moral. O filme é estrelado Sandra Hüller, Swann Arlaud e Milo Machado Graner.

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Banel et Adama 

Escrito e dirigido pela realizadora senegalesa Ramata-Toulaye Sy, Banel et Adama é a estreia dela no comando de um longa-metragem. O filme gira em torno de um casal, Banel e Adama, que vive em uma pequena aldeia remota no norte do Senegal. Desejando uma casa própria, eles decidem viver separados de suas famílias, mas Adam tem um dever a ser comprido, sendo o futuro chefe da comunidade em que moram. Toda a aldeia é perturbada por sua decisão, o que gera um caos na região. O elenco conta com Khady Mane, Mamadou Diallo, Binta Racine Sy e Moussa Sow

Olfa’s Daughters (Kaouther Ben Hania)

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A diretora tunisiana indicada ao Oscar, Kaouther Ben Hania, traz a continuação de O Homem que Vendeu sua Pele (2020) com Four Daughters (Les Filles D’Olfa). Uma mistura de ficção com documentário, através da história Olfa, uma mulher tunisiana e mãe de quatro filhas. Um dia, duas de suas filhas mais velhas desaparecem. Em uma experiência inédita no cinema, a cineasta convida atrizes profissionais para desvendarem o que aconteceu com Olfa e suas filhas. A proposta de Kaouther é trazer uma jornada íntima de esperança, rebelião, violência, transmissão e irmandade que questionará os próprios fundamentos de nossas sociedades. Ainda não foram divulgadas informações do elenco.

O Festival de Cannes deste ano acontece de 16 a 27 de maio. O filme de abertura será Jeanne du Barry, de Maïwenn, que joga fora da competição. Outro destaques da mostra é a exibição da série The Idol, da HBO, de Sam Levinson, que ainda nem foi lançada e tem causado certo alvoroço devido ao conteúdo sexual, considerado exagerado.

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