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A carta de amor às corajosas jovens skatistas do Afeganistão

Vencedor do Oscar de Melhor Documentário em Curta-Metragem mostra o trabalho de uma ONG que leva oportunidade através da educação a garotas esquecidas

Por Camilla Venosa
Atualizado em 16 dez 2022, 20h25 - Publicado em 10 fev 2020, 13h53
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  • Com uma história emocionante, Learning to Skateboard in a Warzone (If you are a girl) (Aprendendo a andar de skate em uma zona de guerra – se você é uma garota, em tradução livre) levou o Oscar de Melhor Documentário em Curta-Metragem na noite de ontem (09). O filme traz um olhar delicado e empoderado sobre a dura realidade de meninas afegãs que, privadas de direitos básicos, como o acesso à educação e ao esporte, encontram no trabalho de uma ONG um sopro de esperança e liberdade.

    Vencedor também do BAFTA de Melhor Curta Britânico e do prêmio do júri de Melhor Documentário Curta no Festival de Tribeca, o filme mostra o dia a dia de um grupo de meninas de Skateistan, uma organização não-governamental que ensina garotas a andar de skate em Cabul, cidade mais populosa do Afeganistão. Com acesso limitado a atividades recreativas e de educação, a ONG apoia uma nova geração de meninas: aquelas que sabem que são capazes de qualquer coisa.

    Muitas vezes analfabetas e moradoras de comunidades pobres, elas não aprendem apenas a andar de skate. O documentário mostra que o trabalho da organização consiste também em dar aulas de reforço escolar, para que elas possam ser reinseridas no sistema público de educação. Ao longo do ano registrado no filme, é possível ver uma clara evolução das garotas, que se empoderam e se inspiram ao ver a coragem das mulheres que lecionam a elas muitas vezes escondidas de seus familiares.

    Ao subir ao palco para receber a tão desejada estatueta dourada, a diretora Carol Dysinger relembrou a importância do trabalho social abordado no filme. “Eu trabalho no Afeganistão desde 2005 e este filme é a minha carta de amor às corajosas meninas daquele país. Para chegar de Cabul até aqui, foi preciso não desistir e ter o trabalho de muitas professoras, o tipo de professora que tento ser na NYU Film Academy, o tipo de professora de Skateistan. Elas ensinam às garotas coragem, a levantar a mão e dizer ‘Eu estou aqui, eu tenho algo a dizer e eu vou andar naquela rampa. Não tente me impedir'”, disse Dysinger. Assista ao discurso completo abaixo:

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    Apesar da beleza e sensibilidade, é possível perceber que a construção da trama não foi fácil. Para conseguir autorização para gravar, Dysinger precisou conquistar a confiança da comunidade. Para isso, aprendeu a língua local e contratou uma equipe de afegãos para fazer a produção do documentário. “Para as meninas de nosso filme, a chance de andar de skate apresenta uma experiência única – competir, jogar, aprender seus pontos fortes e ganhar coragem e habilidades para a vida que transcenderão o skate e a sala de aula”, afirmou Dysinger durante o BAFTA.

    Assista ao trailer:

     

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    O documentário é a ponta de esperança na vida de centenas de garotas que parecem ter nascido com seus destinos determinados por um local com tão poucas perspectivas para as mulheres.

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