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Documentário vai registrar o trabalho de curandeiras indígenas mexicanas

Depois de abordar a violência contra as mulheres, a fotógrafa Maya Goded, vencedora do prêmio da National Geographic, quer focar em espiritualidade

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 22 abr 2024, 11h46 - Publicado em 5 ago 2020, 10h00
 (Maya Goded/Divulgação)
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 Em 2016, quando encerrou os trabalhos do livro “Sexoservidoras”, sobre prostitutas vivendo à margem da sociedade, a fotógrafa e documentarista Maya Goded estava fisicamente e espiritualmente exausta.

Maya Goded
(NatGeo/Divulgação)

“Estava desapontada com a Justiça mexicana, deprimida e até pensando em deixar a fotografia, mas quando estava investigando os  casos das mulheres de “Sexoservidoras”, vi que eram também pessoas buscando milagres, então comecei uma peregrinação pessoal para uma cura interior”, disse ela a CLAUDIA por videoconferência, em seu apartamento na Cidade do México.

Maya Goded
(Maya Goded/Divulgação)

Maya hoje é a primeira latina americana a ganhar o prêmio do National Geographic, Storytelling Fellows e terá um ano concluir o documentário “Sanación, Cuerpo y Territorio” (Cura, Corpo e Território), que vai abordar a resistência das mulheres indígenas contra a exploração da biodiversidade, dos recursos naturais, além de mostrar o conflito socioambiental na América Latina, através da prática de seus rituais de cura, experiências espirituais e medicina tradicional.

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“De repente toquei que há toda essa cultura ancestral de cura espiritual, então me perguntei por que não começar a mostrar a cura para violência”, ela disse.

Documentário vai registrar o trabalho de curandeiras indígenas mexicanas
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Maya Goded
(Maya Goded/Divulgação)
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Maya, que começou a sua carreira trabalhando como a assistente da fotógrafa Graciela Iturbide, foca em temas como sexualidade feminina, a violência de gênero e defensores do meio ambiente em seus trabalhos.

Ela está empolgada com o desafio. “Há outros níveis de cura, de cura espiritual e me deu vontade de desenvolver essa pesquisa”, explicou Maya. “Então voltei a fotografar e quis mesclar as vozes das mulheres com quem estava trabalhando. Elas me fizeram refletir que estamos muito consumistas e precisamos achar outras maneiras de viver, aprender a nos sintonizar com a natureza”, comenta.

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Além da mexicana, oito profissionais dos campos da fotografia, jornalismo, tecnologia, cinema e arte receberam o prêmio.

“Estamos testemunhando o poder da narrativa para ilustrar as questões críticas do nosso tempo e inspirar ações para tornar nosso planeta um lugar melhor”, disse Kaitlin Yarnall, vice-presidente sênior e Chief Storytelling Officer, da National Geographic Society. “Estou muito empolgada com as histórias, os temas e as vozes que esses nove storytellers compartilharão ao longo do próximo ano e que certamente nos lembraremos pelas próximas gerações.”

Maya Goded
(Maya Goded/Divulgação)
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