“Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”. Este é o slogan de Malala (título original: He Named Me Malala), documentário que chegará aos cinemas brasileiros em 19 de novembro e promete inspirar o público com a trajetória de Malala Yousafzai. Apesar de ser conhecida mundialmente, dessa vez, a história da ativista paquistanesa de apenas 18 anos de idade será ouvida sob uma nova perspectiva: a dela própria.
Em 2009, Malala começou a escrever um blog anônimo para a BBC, no qual expressava seus pontos de vista sobre a educação e a vida no Vale de Swat, no Paquistão. Apesar de o projeto ter sido interrompido, a garota continuava falando livremente sobre o assunto e, em 2011, recebeu o primeiro Prêmio Nacional Jovem de Paz daquele país. Chamando a atenção pelo poder de sua voz e por seus apelos a favor da educação para meninas, aos 15 anos, ela teve sua vida completamente transformada. Em 9 de outubro de 2012, uma brigada armada do Talibã invadiu o ônibus escolar em que Malala estava, a baleou na cabeça e atingiu também duas de suas amigas, Shazia Ramzan e Kainat Riaz.
Com as chances de sobrevivência quase nulas, Malala foi levada para a Inglaterra, onde recuperou a saúde – apesar das sequelas -, retomou os estudos e persistiu ainda mais na luta por seus ideais. E a menina mostrou que o ocorrido não só não a calou, mas trouxe a ela ainda mais vontade para ser livre, criticar e debater. “Eles pensaram que a bala nos silenciaria. Mas nada mudou na minha vida, exceto isso: fraqueza, medo e desesperança morreram. Nasceram força, poder e coragem”, relatou.
Em 2013, a jovem lançou Eu Sou Malala, uma biografia em formato de livro que conta a história de sua família, exilada pelo terrorismo, além dos obstáculos à valorização da mulher e da luta pelo direito à educação feminina. Em dezembro de 2014, enquanto filmava o documentário em questão, ela se tornou a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz e teve a chance de ver o seu nome na lista dos 30 jovens mais influentes do mundo.
Com direção de Davis Guggenheim (de Uma Verdade Incoveniente), o longa conta, em 87 minutos, com uma fotografia incrível. A produção mescla cenas atuais, imagens de arquivo e até mesmo animações, que ilustram reconstituições. As cenas de violência são apenas sugeridas, mas as imagens em que Malala aparece no hospital são reais. “Seria muito fácil contar essa história de forma sensacionalista. Mas não é isso o que me inspira. O que me inspira é um pai que viu na filha alguém que poderia fazer tudo e acreditou nela”, revelou o diretor.
O filme mostra de perto o crescimento da garota, que, ao mesmo tempo em que está mais focada do que nunca como ativista, é uma adolescente que precisa lidar com lições de casa, irmãos e garotos. Ah, e a relação de Malala com Ziauddin Yousafzai é um presente à parte para o público. O filme mostra o quanto pai e filha são próximos e toda a importância que ele teve ao incentivar o amor da menina pela educação. Vale a pena!