Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super Black Friday: Assine a partir de 3,99

Em documentário, Paula Braun mostra amor de casais juntos há 50 anos

Em sua estreia como diretora, Paula se debruça sobre as delicadezas e dificuldades da vida a dois de idosos no documentário "Ioiô de Iaiá", da Globoplay

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
16 out 2021, 10h00
Paula Braun está de lado segurando o vestido e descalça
 (Arthur Germano/Divulgação)
Continua após publicidade
C

om o cronograma da produção e as tarefas da agenda em mente, Paula Braun chegou à casa de um casal de idosos que seriam personagens de seu documentário, Ioiô de Iaiá. A agitação foi interrompida com um simples convite: “Vamos tomar um café e comer um bolinho”. “Eles atravessam as coisas e nós atropelamos”, define Paula, sobre a experiência da maturidade e os aprendizados que ela traz.

Sua estreia como diretora foi muito aguardada. Apesar do filme ter sido lançado este mês na Globoplay, Paula começou a pensar nele em 2010, 2011, quando teve a ideia de fazer uma composição romântica sobre o amor entre pessoas idosas que estão juntas há muito tempo. Só que, algum tempo depois, quando começou a gravar, o trabalho foi enveredando por outros caminhos.

Veja também: Lashana Lynch, a primeira mulher negra agente 007

“Minha veia cinematográfica não me permitiu fazer uma coisa só bonitinha, eu queria que fosse profundo, que abordasse a riqueza dessas construções”, fala ela. Quando chegou para a primeira gravação, percebeu que o homem sofria com demência senil, fato que não estava identificado nas pesquisas da produção.

“Não estava nos meus planos falar disso, mas é tão parte da vida quanto todo o resto. Faz a gente enxergar o mundo de outra forma. Precisei entender como colocar isso de modo respeitoso, que não causasse uma exposição desnecessária”, completa a diretora.

Continua após a publicidade

Veja também: #ChegaDeHate – Você faz parte da cultura da internet tóxica. Vamos mudar?

Ela e a equipe passavam, em média, três dias com cada casal. No primeiro, notava que as pessoas queriam contar suas histórias, mas ainda existia um verniz; no terceiro, mais confortáveis, era possível enxergar os efeitos da longa convivência e marcas dos altos e baixos do amor.

Paula Braun sorri com o rosto virado para o lado
(Arthur Germano/Divulgação)

“A relação vai mudando, mas carrega tudo. E esses casais viveram outros tempos, uma sociedade diferente, então não dá para tentar enxergar a história deles pela nossa ótica. É preciso se despir disso e apenas ouvir”, fala a atriz, que tirou essa lição durante a produção.

Continua após a publicidade

“A gente perdeu a capacidade de escutar o outro verdadeiramente. Estamos no celular, digitando mensagens, marcando dez coisas para fazer num mesmo dia. A calma deles é inspiradora. Temos muito a aprender nessa convivência”, reflete.

Outra perspectiva

O espaço de tempo entre a ideia de Paula e a finalização do filme foi preenchido por outros projetos, pela pandemia e também pela busca de mais personagens, que refletissem as ideias de pessoas de diferentes origens, cidades, religiões e opiniões. Ver o resultado final fez Paula entender o impacto pessoal que o trabalho causou.

“Mudei muito meu jeito de viver. Não tenho interesse nessa coisa do minuto a minuto fatiado para fazer caber um monte de coisas ou de um dia que só valeu a pena se tem uma grande realização. As coisas pequenas, assistir ao mundo acontecer, às vezes, valem muito a pena”, explica.

Veja também: Parto de 23 horas na pandemia – a gravidez e maternidade de Ingrid Silva

Continua após a publicidade

O envolvimento foi tão profundo que Paula planeja seguir trabalhando o tema de outras formas. “Mais do que o amor ou a vida a dois, me interesso pela velhice. É uma fase da vida na qual todos nós queremos chegar e nos esforçamos para isso. Ao mesmo tempo, não conseguimos entender exatamente como é olhar para trás e entender que há mais passado do que futuro antes de viver isso por nós mesmos”, fala.

Para Paula, essa epifania se tornou mais forte após a maternidade – ela é mãe de Flora, que completa 11 anos este mês, e Benjamin, 6, ambos fruto da relação com o ator Mateus Solano.

“Quando você não tem filho, existe uma sensação de que é jovem para sempre. Aí o bebê começa a engatinhar, andar, falar, pedir mesada e você entende que o tempo passa rápido demais. Surgiu essa vontade de querer investigar esse tempo, onde ele nos leva e como chegamos lá”, conclui.

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.