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Cerveja é feminina no nome e na origem

Conheça um pouco da história de como surgiu a cerveja que é abençoada por uma Deusa

Por Da Redação
Atualizado em 7 ago 2020, 13h45 - Publicado em 7 ago 2020, 12h30
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  • Há 13 anos, quatro amigos em um bar na Califórnia se perguntaram: por que não há uma data comemorativa para a cerveja?  Afinal, é popular, barata e adorada ao redor do mundo. Foi assim que Jesse Avshalomov, Evan Hamilton, Aaron Araki e Richard Hernandez decidiram que toda primeira sexta-feira do mês de agosto seria o Dia Internacional da Cerveja. E é hoje!

    “Dia Internacional da Cerveja é a minha canção de amor para a indústria cervejeira. Estas pessoas trabalham incansavelmente para produzir e fornecer milhares de cervejas únicas e deliciosas para nós desfrutarmos. É uma maneira de dizermos obrigado”, explica Jesse Avshalomov

    A idéia dos amigos deu tão certo que hoje conta com a adesão de 50 países, incluindo o Brasil. A proposta é simples, aproveitar o dia para celebrar com os amigos a simples razão de querer celebrar. Em 2020, recomenda-se, à distância.

    Cerveja é considerada uma das bebidas mais antigas do mundo, sendo a terceira em consumo (perdendo para água e café). Entre as alcóolicas, é sem dúvida, a mais consumida em todo planeta.

    Assim como o vinho, a descoberta da cerveja foi sem querer, quando um recipiente de grãos (inicialmente para fazer pão) foi esquecido aberto. Após a chuva, os grãos germinaram e revelaram o processo de maltagem, necessário para fabricação da cerveja. Desde o início, a produção de cerveja era tarefa das mulheres.

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    O primeiro documento oficial da bebida, detalhando o processo de produção de cerveja, foi uma placa de barro com inscrições cuneiformes, chamado de Hino à Ninkasi, encontrado onde hoje é o Iraque. Ninkasi é a Deusa suméria da cerveja e Mestre Cervejeira entre os Deuses. Nascida das bolhas de uma fonte de água fresca, seu nome significa “senhora que enche a boca”. “Quando você despeja a cerveja filtrada do barril coletor, é [como] o encontro do Tigre e Eufrates. Ninkasi, você é a único que derrama a cerveja filtrada do barril coletor, é [como] o encontro do Tigre e Eufrates”, diz o hino.

    Além de Ninkasi, os sumérios também tinham Kubaba. Ela é a única mulher na lista dos reis sumérios, e chegou ao poder não por nascimento, mas por seu trabalho como cervejeira.

    Os egípcios também adoravam deusas da cerveja e associavam a bebida às mulheres. A deusa da cerveja para eles era Menqet e também celebravam Sekhmet, a filha do deus do Sol Ra, cuja sede era acalmada com cerveja.

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    “[A língua babilônica] acádia tem gêneros, e todas as leis relacionadas a tavernas – como não cobrar excessivamente pela cerveja – fazem referência às ‘donas'”, diz a escritora com mestrado em arqueologia antropológica, Patty Hamrick. Segundo ela, o Hino e o Código de Hamurabi, da Mesopotâmia, um dos primeiros conjuntos de leis escritas, provam da autoridade feminina quando o assunto era cerveja.

    A cultura cervejeira não se perdeu com a o império Sumério, foi absorvida e aperfeiçoada pelos impérios e civilizações através da História.  No antigo Egito tanto o vinho como a cerveja eram considerados sagrados. Dizem que o faraó Ramsés III ganhou o apelido de “cervejeiro” depois de doar grandes quantidades da bebida aos sacerdotes do Templo de Amon.

    Avançando no tempo, na Idade Média, muitos mosteiros passaram a fabricar cerveja e foi do costume de usar ervas no processo, incluindo o lúpulo para dar o gosto amargo. A abadessa beneditina Hildegard de Bingen era cervejeira e herborista e descreveu o uso do lúpulo no século 12.Porém, com a industrialização, o domínio feminino foi substituído pelos homens.

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    “A cerveja passou a ser conhecida como bebida masculina porque era produzida por homens”, explicou Teri Fahrendorf, mestre cervejeira e fundadora da Pink Boots Society, uma organização de mulheres que trabalha na indústria. “O trabalho em equipe que existia antes na [produção de] cerveja desapareceu, e as mulheres passaram a ter uma nova imagem: modestas, virginais, casadas. De repente, a cerveja deixou de ser ‘feminina'”, disse ela.

    Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Stanford em 2016 indicava que 20% das cervejarias abertas em 2014 tinham uma mulher entre os fundadores, mas apenas 2% delas eram exclusivamente de mulheres com apenas 4% das cervejarias tinham uma mestre cervejeira

    No Dia Internacional da Cerveja, as regras são simples:

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    Skol! Cheers! Um brinde!

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