Estreia uma rede que une mulheres de todo o Brasil profissionais da área da fotografia. O banco de dados rico não é só uma oportunidade de expandir horizontes de trabalhos, mas de compartilhar com outras histórias e conselhos
Essa história você já ouviu: mulher, lá pelo fim dos anos 1980 e na década de 1990, é excelente em sua profissão, consegue um posto de destaque e observa em volta a ausência de outras ou até tem outras à sua volta mas acha que elas não recebem o reconhecimento devido.
Infelizmente, assim como muitas, Mônica Maia teve essas percepções durante sua carreira – mesmo que nem sempre tenham ficado marcadas de forma consciente na hora. A fotógrafa e editora de fotografia trabalhou em grandes jornais, como a Folha de S. Paulo e a Agência Estado.
Hoje, olhando para trás, faz análises sobre o ambiente predominantemente masculino. Mas sua ficha só foi cair depois de ter deixado essa fase da carreira para trás. Distante dos veículos de mídia, passou a se dedicar à curadoria, tornou-se sócia da DOC Galeria e produtora da Mostra SP de Fotografia.
Durante um de seus projetos, folheando livros de fotografia, sentiu a falta de mulheres renomadas. “Elas existiram, eu me lembro delas, mas não aparecem nos livros ou nos registros mais conhecidos”, fala Mônica. Daí surgiu a ideia de Mulheres Luz (mulheresluz.com.br), plataforma que reunirá profissionais da área da fotografia de todo o Brasil – fotógrafas, assistentes, tratadoras de imagem.
O objetivo é fazer circular esses nomes, permitindo acesso mais fácil aos contatos e a um pequeno portfólio, aumentando as oportunidades profissionais. A primeira convocatória começou em 8 de março e foram feitas 463 inscrições.
Nos dias 27, 28 e 29 deste mês, um evento virtual vai oficializar a estreia, oferecendo debates e exposições online. Além de continuar expandindo os registros no banco de dados, Mônica quer, para o futuro, publicar conteúdos sobre fotografia que permitam também apresentar o trabalho de grandes mulheres do passado na área – aquelas que ela não encontrou nos livros.
Algumas fotógrafas cujo trabalho Mônica já conhecia foram convidadas a fazer parte da programação de palestras e exposição da estreia.
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