Na última quarta-feira (21), Jair Bolsonaro divulgou no Twitter a matéria do G1 que informava que o seu governo suspendeu o edital que havia selecionado séries de temática LGBT para serem exibidas em TVs públicas.
A discussão a respeito do assunto havia começado na quinta-feira passada (15), quando o atual presidente usou uma live no Facebok para afirmar que não deixaria a Agência Nacional do Cinema (Ancine) investir dinheiro em produções sobre diversidade de gênero e sexualidade.
Para convencer ao público de que tal atitude fazia sentido, Bolsonaro comentou quatro projetos de séries que haviam passado pela seleção inicial da Agência – “Transversais”, “Afronte”, “Religare Queer” e “O Sexo Reverso”. Sobre a primeira, por exemplo, ele disse: “Um chama ‘Transversais’. Olha o tema: ‘Sonhos e realizações de cinco pessoas transgêneros que moram no Ceará’. O filme é isso daqui, conseguimos abortar essa missão”.
Já sobre a segunda, o presidente foi ainda mais equivocado: “‘Afronte’. ‘Mostrando a realidade vivida por negros homessexuais no Distrito Federal’. Eu não entendi nada. Olha, a vida particular de quem quer que seja ninguém tem nada a ver com isso, mas fazer um filme sobre isso, confesso que não dá para entender. Então mais um filme que foi pro saco aí”.
Junto com o posicionamento enfático de Bolsonaro, a justificativa para a pausa do edital por 180 dias, assinada por Osmar Terra, ministro da Cidadania, é de que há a necessidade de recomposição do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (CGFSA), organização que liberaria a verba às produções. E, a partir da nova composição, os projetos voltarão a ser discutidos.