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Batucabrum: o projeto que ajuda Brumadinho a superar o luto

Projeto musical tem o intuito de promover a cultura e a transformação social em Brumadinho

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
25 jan 2020, 11h14

Há 1 ano, quando ficou sabendo do rompimento da barragem em Brumadinho e da camada de lama que havia coberto a região do Córrego do Feijão, Lecy Geovani entrou em seu carro e foi direto para o local. “Não tinha como ser diferente, nosso projeto já acontecia lá há 6 anos, tínhamos uma relação com a comunidade, muito carinho pelas pessoas”, explica um dos coordenadores do projeto Batucabrum, que nasceu com o intuito de ensinar música a crianças e jovens de áreas vulneráveis.

O cenário encontrado foi o pior possível. No caminho, Lecy entendeu a gravidade da situação. Tudo era lama. Havia barulho de helicóptero, bombeiros escavando a lama. Ele dirigiu 9 quilômetros até lá para encontrar uma comunidade devastada. O projeto perdeu duas alunas, uma que fazia aulas de flauta e outra de violão. As famílias estavam desamparadas.

Reconstruir após tamanha tragédia virou uma missão também do Batucabrum, que já existe desde 2008 com o intuito de promover a cultura e a transformação social em Brumadinho. Inicialmente, o projeto visava crianças de 7 a 18 anos. Com a tragédia, abriram aulas também para adultos. “Houve a necessidade de abrir novas vagas, acolher alunos, e ter esse olhar especial para abraçar, trazer conforto para as pessoas”, acrescenta Lecy. Hoje, o projeto tem 150 alunos e três locais de atendimento: em Brumadinho, no Córrego do Feijão e num quilombola da região.

“Esse movimento de não desistir após a tragédia foi muito importante. Fomos direto para Córrego, reunimos as crianças, fizemos um atendimento direto. E nas primeiras semanas retomamos as atividades normais. A música e a arte deram força para todos nós, inclusive para nossa equipe, que também ficou muito impactada”, conta Lecy. “A música é nosso porto seguro. Víamos que, ali, as crianças brincavam, sorriam. Surgia uma forma menos agressiva de olhar para uma realidade tão dura.”

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Mesmo após 1 ano, ainda é difícil para Lecy visitar o local. “A paisagem mudou toda. Estão fazendo de novo as estradas, reconstruindo o que a lama destruiu. Ainda tem equipe de corpo de bombeiros fazendo buscas. É muito doloroso, eu vou toda semana pelas famílias”, fala. Na sexta (24), o Batucabrum organizou com as crianças um teatro para a comunidade em homenagem aos que morreram no dia 25 de janeiro do ano passado.

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Hoje, a grande dificuldade do Batucabrum é lidar com a dissolução da comunidade. Lecy conta que muitas pessoas preferiram ir embora, não conseguiram ficar ou perderam tudo. Nesses casos, os vínculos com os alunos se perdem e fica o desejo de ter ajudado mais.

“A arte foi o que salvou. Ela foi a responsável por manter a união, a força, e por recuperar a esperança. A lama passou por cima de tudo. E agora a arte vai passar por cima da lama”, conclui Lecy.

 

Leia mais:

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+ A mulher que abriu um instituto após perder filhos e neto em Brumadinho

+ As histórias de mulheres que perderam pai, companheiro e filho no desastre

 

Ouça no Youtube:
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