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As muitas línguas do streaming: Itziar Ituño comemora a pluralidade na TV

A atriz de "La Casa de Papel" também diz que o sucesso da série aqueceu o mercado audiovisual na Espanha.

Por Júlia Warken, Guta Nascimento, thiagoabril
Atualizado em 3 abr 2020, 11h41 - Publicado em 3 abr 2020, 09h00
 (La Casa de Papel/Divulgação)
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“La Casa de Papel” é um dos maiores fenômenos da Netflix e disso ninguém discorda. Lançada mundialmente sem alarde, em 2017, a série espanhola quebrou paradigmas – se tornando o primeiro sucesso em língua não inglesa da plataforma. Isso fez com que outras produções do país ganhassem destaque – desde a série teen “Elite” até o filme “O Poço”, o mais recente must watch da Netflix.

E qual é o segredo de “La Casa”? CLAUDIA conversou por telefone com a atriz Itziar Ituño – a Raquel/Lisboa – e ela acredita que seja uma soma de fatores. “É uma trama irreverente, com o assalto da Casa da Moeda e depois de um banco. A estética também, com os macacões vermelhos e as máscaras de Dalí, é impactante. A forma de contar, os personagens. Não sei, creio que é um conjunto de coisas. E também dialoga com o grande descontentamento da população mundial, com essas coisas todas que estamos vivendo”.

Nossa entrevista aconteceu antes de o coronavírus se alastrar pelo Ocidente, então é justo dizer que tal descontentamento está ainda mais latente agora. E a quarta parte de “La Casa de Papel” chega ao público em meio a esse cenário, com estreia no dia 3 de abril. A própria Itziar testou positivo para coronavírus em meados de março e chegou a escrever em português para acalmar os fãs brasileiros no Instagram. “Meu caso é leve e estou bem, mas é muito contagioso e super perigoso para as pessoas mais fracas”, publicou.

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Itziar diz que foi pega de surpresa pelo sucesso que a série fez na Netflix e revela que não lhe passava pela cabeça gravar mais temporadas da trama. Inicialmente, apenas a parte 1 e 2 estavam previstas. Além disso, a atriz concorda com percepção de que o mercado audiovisual na Espanha está mais aquecido depois desse estouro mundial. “Creio que levantou um pouco as coisas, não é só uma sensação de quem vê de fora. ‘La Casa de Papel’ trouxe um impulso também na maneira de produzir e de contar histórias”.

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Para além das produções espanholas, Itziar está satisfeita em ver que séries de outros países vem ganhando cada vez mais espaço na era do streaming. “As oportunidade estão se estendendo para o resto do mundo e isso é uma coisa importante. E também temos mais de uma perspectiva do que se conta e do que se produz, não apenas de um país [em referência aos Estados Unidos]. Temos a oportunidade de ver séries francesas, alamãs, dos países nórdicos, do Chile, de outras partes do mundo… para mim isso é muito relevante. Abre muitas portas, para uma atriz, então, nem se fala. E alguns anos atrás isso era impensável”.

Quanto à personagem de Itziar na trama, a atriz se refere a Raquel com muito carinho e também defende suas escolhas. Não é exagero dizer que Raquel é a figura que mais se transformou ao longo da série. A personagem abandonou a polícia e uniu-se ao bando do Professor, mudando completamente sua trajetória.

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“Eu a entendo completamente. Ela se apaixona e entende as razões do Professor, a maneira como ele pensa. Paralelo a isso, também tem a fase que ela está vivendo. No trabalho estão lhe tirando poder, estão passando por cima das decisões dela. Seu mundo vai se rompendo e ela passa a ver as coisas de uma outra maneira”, aponta.

Além de defender Raquel, a atriz também comemora o fato de que está dando vida a uma mulher forte e com mais de 40 anos. Atualmente, Itziar tem 45 anos e sua antagonista, a inspetora Alicia Sierra, é interpretada por Najwa Nimri, que tem 48. Mesmo assim, a atriz chama a atenção para o fato de que não basta a representatividade na frente das câmeras, mas também em todos os campos da produção audiovisual.

Itziar Ituño
(Eduardo Parra/Getty Images)
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“Os tempos estão mudando muito, porque nós mulheres estamos nos empoderando e reivindicando nosso espaço. Os papeis importantes para mulheres de uma certa idade, antes faltava bastante, mas a história está mudando aos poucos. Mas ainda tem muito a ser mudado, não somente para as atrizes, mas também para as mulheres que contam histórias. Mulheres que escrevem, que dirigem, que produzem, diretoras de fotografia, que pegam na câmera… creio que muita coisa ainda precisa mudar”.

Itziar Ituño recomenda

Por fim, perguntamos a Itziar que séries, filmes ou livros ela sugere que os fãs de “La Casa de Papel” assistam depois de maratonar a quarta temporada. Sem ter que pensar muito, a atriz apontou “Messiah” – série da Netflix lançada em janeiro.

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