Marcada para acontecer no dia 3 de junho, em Ribeirão Preto, a 21ª edição do João Rock tem tudo para ser uma das mais marcantes. Isso porque, pela primeira vez na história do evento, o festival contará com um palco — intitulado como ‘Aquarela’ — dedicado exclusivamente às vozes femininas que continuam a reinventar a indústria fonográfica brasileira.
E quando falamos de um lineup que verdadeiramente representa a potência das mulheres na música, o nome de Ana Carolina não poderia ficar de fora. Em entrevista exclusiva à CLAUDIA, a artista revelou detalhes de sua apresentação e refletiu sobre os desafios de ser uma mulher LGBTQIA+ na cena musical. Confira a seguir:
CLAUDIA: O que podemos esperar de sua apresentação no João Rock? Haverão surpresas?
Ana Carolina: Atualmente, estou tendo o prazer de viajar o Brasil e o mundo com a minha turnê ‘Ana Canta Cássia’, que é emocionante em cada lugar que passo. O concerto é uma homenagem à Cássia Eller (que como gosto de dizer, sou fã de camiseta), cantando músicas que ficaram eternizadas na voz dela. Para o João Rock, meu show será no mesmo formato, com a adição de algumas surpresas e canções de minha autoria. Eu tô bem animada. O público vai se divertir, cantar e se emocionar, com certeza!
CLAUDIA: Como você se sente ao cantar as músicas mais antigas? Essas faixas mudam de significado com o passar do tempo?
Ana Carolina: Eu adoro! É engraçado porque essas músicas, na época em que foram escritas e gravadas, tinham um sentido, e hoje em dia, é natural que novos significados e lembranças acabem ou tomando o lugar ou somando à ideia inicial, se transformando. Mas é claro que a mensagem de algumas se mantêm intactas. A música acaba sendo uma forma de lembrança das épocas de minha vida e é muito gostoso ter acesso a isso desse jeito.
CLAUDIA: Como você analisa a importância de um festival como o João Rock ter um palco dedicado exclusivamente às mulheres na música?
Ana Carolina: Acho ótimo e eu quero sempre mais! O mundo, não só o da música, sempre teve a tendência a, se não fechar, dificultar com que as portas se abrissem para nós. Musicalmente falando, é muito importante ver iniciativas como a do Festival João Rock, que fomentam e incentivam o protagonismo feminino. Vai ser uma delícia me apresentar neste palco que vai receber tanta gente legal.
CLAUDIA: Você pretende lançar um álbum novo em breve? Conseguiria nos adiantar alguns detalhes do projeto?
Ana Carolina: Por enquanto estou 100% focada na minha turnê. Como eu disse, a gente está rodando o Brasil todo e fizemos alguns shows em Portugal também. Vou aproveitar o momento! [diz a cantora em meio à gargalhadas].
CLAUDIA: Você enfrentou dificuldades na indústria musical por ser uma mulher LGBTQIA+? Consegue lembrar de algum episódio específico que foi desafiador?
Ana Carolina: Apenas o fato de ser mulher já torna as coisas um pouco mais complicadas. Fazer parte da sigla LGBTQIA+ então… Mas atualmente acredito que o mercado já mudou bastante e a aceitação é muito maior do que era quando comecei a minha carreira, por exemplo.
CLAUDIA: O que ainda precisa melhorar em termos de representatividade LGBTQIA+ na indústria fonográfica?
Ana Carolina: Apesar de já termos caminhado bastante nessa pauta, há muito o que melhorar, sem dúvida alguma. Mas prefiro fazer um exercício de celebrar o que temos! E o que temos são artistas, novos e de mais tempo de estrada, podendo ser quem sempre foram, sem precisar se esconder, em espaços onde falar de suas vivências e realidades não só são aceitos, como são importantíssimos para ajudar tantas outras pessoas que estejam em um período mais delicado.
Ingressos já estão esgotados
Ansiosos para a apresentação? Vale lembrar que os ingressos para o festival já estão esgotados. Contudo, ainda dá tempo de recarregar a pulseira cashless e evitar filas no dia do evento. Corre no site oficial!