São João Batista é o “santo festeiro” e cujo dia de seu aniversário, em 24 de junho, é o dia das famosas festas juninas. Como a celebração é tão boa, a data é estendida para o mês inteiro, sendo que, em algumas cidades, já se admitem até as festas “julinas”. Nenhum outro tem uma agenda tão ampla de comemorações.
De acordo com o catolicismo, o santo era parente de Jesus Cristo e teria não apenas previsto a chegada do Messias, mas também identificado Jesus como o enviado de Deus, o batizando no rio Jordão. João era filho de Zacarias e Isabel que foram pais depois da idade de poder sonhar com herdeiros. Seu nascimento foi anunciado pelo Arcanjo Gabriel, que pediu a Zacarias para chamá-lo de João.
O dia de São João é uma das festas mais antigas do Cristianismo (há registros de 506 d.C.) e a data acontece três meses depois da celebração da Anunciação, sempre dia 25 de março, e seis meses antes do Natal. Nas crenças populares, se eternizou o mito de que o santo gosta de dormir o dia inteiro para ter energia e participar da noitada. Por isso, segundo a tradição, os fogos de artifício são usados para acordá-lo.
E os aniversários não param por aí, já que o de São João fica entre as datas de dois outros santos populares: Santo Antônio (dia 13 de junho) e São Pedro (dia 29 de junho). Em sua homenagem, são realizadas diversas brincadeiras, montadas barraquinhas com comidas e doces típicos, como bolo de milho, paçoca, bolo de aipim, curau, canjica, arroz doce, rapaduras, amendoim e outros. Em locais abertos – que não serão possíveis em 2020 – teria também a tradicional fogueira.
Na cultura popular brasileira, as festas juninas valorizam tradições locais do país e unem elementos históricos mitológicos curiosos, com origem pagã. É que a festa junina acontece na época do solstício de verão na Europa, época de colheita e abundância. No paganismo, 24 de junho é o dia de Adônis, que por comando de Zeus, dividia metade do ano com Afrodite e outra metade com Perséfone. A fogueira seria uma das heranças da festa de Adônis, por exemplo. Para os católicos, a fogueira foi o sinal que Santa Isabel combinou com Maria, mãe de Jesus, para avisar o nascimento de São João.
A prática de acender fogueiras na véspera do nascimento de São João foi trazida para o Brasil pelos jesuítas. Com o tempo, a mistura de culturas africanas e europeias deram origem à festa brasileira. Sim, os passos e formação das quadrilhas nasceram dos bailes nobres, com as palavras francesas sendo adaptadas para o português, como “anarriê”, “alavantú” e “balancê”, por exemplo. Já o “arrasta-pé” do forrobodó africano plantou a semente do forró nordestino. Juntando tudo isso com um pouco de superstição, as simpatias viraram marca registrada da festividade também.