O mês de agosto passou mais rápido do que esperávamos, mas isso não significa que grandes títulos não chegaram às livrarias. Ao fazer a curadoria dos lançamentos, percebemos que as editoras parecem ter combinado uma aposta em suspenses psicológicos para cativar o público – e não é que deu certo? Mas fique tranquila caso não seja seu gênero favorito, porque outros também entraram na lista.
Separamos nove livros para quem não perde a oportunidade de ficar imersa em histórias que mesclam todos os sentimentos de uma trama misteriosa – e também para quem curte crônicas, debates de assuntos sociais importantes e até para quem gosta de dar uma choradinha com uma boa literatura.
Para não sobrar dúvidas de qual escolher, detalhamos as sinopses e enfatizamos o que chama mais atenção em cada obra. Além de ter um link direto para a Amazon, site em que algumas entregas são gratuitas até o dia 11 de setembro. Aproveita, hein?
*Esta reportagem reúne produtos escolhidos a dedo por nosso time de editores e repórteres, e incluímos os links para compra, para facilitar sua vida. Se você comprar na Amazon algo que foi linkado no nosso site, podemos receber uma comissão.
Veja as nossas indicações:
1. O perigo de uma história única
Se você gosta dos livros “Para Educar Crianças Feministas” e “Americanah”, da Chimamanda Ngozi Adichie, saiba que mais uma obra da escritora nigeriana está disponível nas livrarias: “O perigo de uma história única”. Ele é uma versão adaptada da primeira fala de Chimamanda para o TED Talk, em 2009.
Como o nome dá a entender, o livro questiona a gravidade de ter uma cultura construída a partir de uma única narrativa, já que os povos de todo o mundo são diferentes entre si. Para isso, a autora deixa de lado histórias ficcionais e segue na linha da filosofia de debater assuntos relacionados à existência humana.
O livro é a escolha perfeita para quem gosta de tudo isso com dinamismo. O discurso poderoso de 18 minutos de Chimamanda, que já conta com mais de 18 milhões de visualizações no YouTube, foi resumido em 64 páginas. Inclusive, isso retoma um dos grandes talentos da escritora: o de conseguir discutir assuntos tão sérios de um jeito fácil de entender.
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2. O garoto que seguiu o pai para Auschwitz
O holocausto da Alemanha nazista é um marco histórico que, de tempos em tempos, aparece novamente em obras ficcionais. Dessa vez, “O garoto que seguiu o pai para Auschwitz”, de Jeremy Dronfield, relata a história real de Gustav Kleinmann, um estofador judeu, que é capturado por nazistas em Viena e é enviado para Buchenwald, na Alemanha, junto com o filho Fritz.
Em 360 páginas, o autor mostra o amor entre pai e filho como a grande motivação para eles continuarem vivos e lutando diante das situações desumanas a que os judeus eram submetidos durante o nazismo. Esse cenário fica ainda mais caótico e tocante quando Fritz descobre que Gustav será enviado para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, e vai atrás do pai a qualquer custo.
A veracidade da história foi baseada no diário secreto de Gustav e em uma pesquisa meticulosa de Jeremy sobre o estofador e o filho. Toda essa construção detalhada fez do livro um best-seller internacional, além de ter sido descrito pelo The Times como “uma obra extraordinária”.
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3. O Jogo da Mentira
Alô, fã de Agatha Christie? Corre aqui, porque você precisa conhecer escritora britânica Ruth Ware, que é mestra em escrever suspenses psicológicos.
“O jogo da mentira” conta a história a partir da perspectiva de Isa Wilde, que coloca a carreira e o casamento em risco para ajudar a amiga Kate Atagon. Isso acontece porque ela precisa voltar para Salten, um povoado na costa da Inglaterra. O local é conhecido por ser o lugar em que as amigas, junto com Fatima Qureshy e Thea West, fumaram, beberam e disputaram incessantemente o Jogo da Mentira – a brincadeira de contar uma história falsa tão bem que ela parece verdadeira.
A grande sacada psicológica do livro é que o jogo é tão intenso que faz com que as amigas percam o discernimento do que é verdade e do que é mentira. A Editora Rocco define o desfecho da obra como “um final memorável”. Para comprar “O Jogo da Mentira”, clique aqui.
4. Rádio Silêncio
Para quem gosta de mulheres no comando da escrita, junto com um bom suspense no ar, Alice Oseman traz “Rádio Silêncio” para atender aos seus pedidos. O livro conta a história de uma jovem chamada Frances Janvier, que está fissurada em estudar para entrar na faculdade de Cambridge e se dedicar de vez à literatura inglesa.
Só que em meio ao esforço para ingressar na universidade, a estudante tira um tempo para ouvir um podcast misterioso chamado ‘Universe City’. Mesmo disposta a não deixar ninguém entrar no seu caminho, inclusive amigos e familiares, ela se vê dividida ao conhecer o dono do programa, o jovem Aled Last.
Como a própria sinopse da trama descreve, é com ele que Frances terá a primeira amizade verdadeira e poderá ser ela mesma, até que a confiança entre eles é quebrada. Agora, ela precisa confessar que sabe como a irmã do amigo, Carys Last, desapareceu.
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5. Chorar de Alegria
Lorena Pimenta, Carol Stuart, Fernanda Gayo, Maysa Muniz e Jéssica Barro se juntaram em um único livro para trazer um pouco de literatura a quem sente muito. Sim, é isso mesmo. “Chorar de alegria” é um compilado de textos poéticos sobre as experiências pessoais intensas de cada mulher, com o intuito de mostrar que está tudo bem viver as emoções à flor da pele. Inclusive, esse foco traz à tona o debate do que é ser mulher no atual cenário – afinal, sempre somos colocadas como fracas por sentir, não é mesmo?
A narrativa fica ainda mais pessoal com o trabalho de Brunna Mancuso, que complementa a escrita com ilustrações intimistas e lindas de figuras femininas cheias de diversidade. Dá uma olhada no Insta dela enquanto não compra o livro:
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6. Escravidão
Não há como falar da história do Brasil e esquecer dos anos tenebrosos da escravidão. Pensando nisso, o escritor Laurentino Gomes, conhecido pelo livro “1808”, volta às livrarias com a obra “Escravidão – Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares”. A obra debate sobre como a prática social de poder aconteceu no passado, reflete no presente e ainda terá grande influência no futuro da humanidade.
Vale lembrar que o foco dado ao Brasil por Laurentino acontece, principalmente, porque o país foi o maior território escravista do mundo ocidental – recebeu cerca de 5 milhões de africanos escravizados, o que corresponde a 40% do total de 12,5 milhões trazidos para a América durante três séculos e meio. Além disso, nosso país foi o que mais resistiu em abolir à escravidão, quando comparado aos países do Novo Mundo. A Lei Áurea só foi assinada em 1888 e, infelizmente, ainda há casos de pessoas escravizadas ilegalmente até hoje.
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7. A mão esquerda da escuridão
Caso você já tenha ouvido falar desse título e esteja um pouco confusa se é o mesmo livro, a resposta é: sim. A obra é um relançamento da Editora Aleph em comemoração aos 50 anos do clássico da ficção científica, escrito por Ursula K. Le Guin.
A là “Star Wars”, o livro conta a história de um humano, chamado Genly Ai, em uma missão intergaláctica. Ele parte em direção ao planeta fictício Gethen, com o intuito de persuadir os governantes locais a se unirem com a comunidade universal. Só que, em vez de dominar a situação por estudar o assunto há anos, Genly acaba perdendo o controle ao se deparar com “uma cultura complexa, rica, quase medieval e com outra abordagem na relação entre os gêneros”, como é descrito na sinopse do livro.
Isso faz com que ele precise repensar o que conhece como feminino e masculino, ou a missão no novo planeta irá por água abaixo. A construção desse gancho levanta debates que rondam a sociedade até os dias de hoje: gênero, feminismo, filosofia, antropologia e até mesmo alteridade – o pressuposto de que todo ser humano depende e interage com os outros.
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8. O Bom Filho
A penúltima indicação do mês é mais um suspense psicológico e, dessa vez, na linha da narrativa que busca de solucionar um grande mistério no final. Yu-jin é um jovem nadador com um futuro promissor no esporte, até que o sonho dele é interrompido por crises epilépticas. Com a doença, ele precisa tomar remédios que acabam por destruir seu sonho.
Só que isso não impede Yu-jin de se aventurar madrugada à fora para correr escondido da mãe. Mas esse cenário de aventura e adrenalina muda quando ele acorda e sente cheiro de sangue. Num primeiro momento, ele acha que o rastro é de um ataque epilético que teve durante a noite. Só que, de repente, o jovem encontra o corpo da mãe ao pé da escada.
Entre lembranças de que a ouviu chamando seu nome na noite anterior e a dúvida se era um pedindo socorro, Yu-jin passa as 288 páginas do livro tentando juntar as peças para descobrir quem é o assassino da mãe. E também acaba surpreso ao descobrir que o passado que ronda a história é mais assustador do que ele imagina.
O livro escrito por You-jeong Jeong rendeu o título de “Stephen King coreano” a ela. Para comprar “O Bom Filho”, clique aqui.
9. Crônicas para ler em qualquer lugar
Assim como cinco mulheres se juntaram para escrever “Chorar de alegria”, “Crônicas para ler em qualquer lugar” traz
Maria usa o espaço para prestigiar Caetano Veloso, João Gilberto e ainda debater sobre o peso de uma separação. Já Gregorio navega por caminhos completamente diferentes – escreve sobre paternidade, critica as redes sociais e fake news, e ainda bate um papo com um pastor. Xico explora as dores de uma demissão, abençoa a chegada da filha e também não poupa as palavras para falar de memórias. Ou seja: monotonia não é o subtítulo desse livro.
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