Que atire a primeira pedra quem nunca bufou pensando “afff, não tem nada de bom pra ver na Netflix”. É bem comum passar por isso numa tarde chuvosa de domingo, mas calma, que pra tudo na vida tem solução! E ela pode estar na lista de filmes nacionais.
Os fenômenos Cidade de Deus e Tropa de Elite estão no catálogo, por exemplo. Só que esses dois você já deve ter assistido, né? Então aí vai uma lista de títulos menos óbvios, mas que também são imperdíveis:
Saneamento Básico – O Filme
Essa comédia leve é bem gostosa de assistir e tem um elenco ótimo: Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga e Lázaro Ramos. Numa pequena cidade do Rio Grande do Sul, um grupo de moradores reivindica a construção de uma fossa para tratar o esgoto. Só que a prefeitura conta apenas com uma verba destinada à produção de um filme. Com isso, o pessoal resolve gravar um filme com os recursos que têm à mão.
Cidade de Deus – 10 Anos Depois
Esse documentário mostra como estava a vida dos principais atores de “Cidade de Deus” em 2013, dez anos depois de o longa ser lançado. Muito mais do que matar a curiosidade quanto à história de quem atuou no maior filme nacional das últimas décadas, esse longa gera uma reflexão bem importante sobre questões sociais na produção cinematográfica. Quem realmente se beneficiou do enorme prestígio alcançado pelo filme? É uma pergunta que o documentário responde facilmente nas entrelinhas.
Chatô – O Rei do Brasil
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Esse é basicamente o filme mais polêmico do cinema nacional, por conta da megalomania e das trapalhadas de Guilherme Fontes na sua realização. Pra se ter uma ideia, o lançamento do longa estava previsto para 1997, mas foi acontecer só em 2015! Bom, bafafás à parte, esse não é um filme genial, mas vale dar uma chance. Não só pelas tretas históricas, mas também para conhecer um pouco desse cara chamado Assis Chateubriand, um dos brasileiros mais emblemáticos do século 20.
Nise – O Coração da Loucura
Temos aqui outra grande atuação de Glória Pires e, novamente, dando vida a uma personagem real. Nise da Silveira foi uma psiquiatra que fez história nos anos 1940 por batalhar pelo fim dos tratamentos cruéis em manicômios. Mais do que uma cinebiografia, o filme também serve como homenagem, por lembrar da incrível trajetória de uma mulher cuja saga é desconhecida pelo grande público.
VIPs
Divulgação
Lembra de Prenda-me Se For Capaz, com Leo DiCaprio e Tom Hanks? Pois existe uma história bem parecida que rolou aqui mesmo, no nosso Brasilzão! Marcelo Nascimento da Rocha viveu durante anos sob identidades falsas e chegou a convencer João Kleber de que era o dono da Gol numa entrevista para a TV. Como não poderia deixar de ser, essa história virou filme e conta com o sempre ótimo Wagner Moura no papel principal.
Ilegal
Indispensável a quem quer ter propriedade para falar sobre descriminalização das drogas, esse documentário acompanha a luta de uma mulher cuja filha de 5 anos tem a síndrome CDKL5, problema raro e incurável que causa epilepsia grave. A batalha dela é pelo direito ao uso da única substância que alivia as convulsões da menina: o CBD, derivado da maconha. O filme é uma produção da revista Superinteressante.
O Renascimento do Parto
Esse documentário faz uma crítica à banalização da cesariana no Brasil. Reunindo relatos de mães e depoimentos de especialistas, o filme aborda a questão sob diferentes ângulos. Sexismo, saúde, antropologia, aspectos psicológicos, violência obstétrica… esses temas são trazidos à tona para fazer o espectador refletir sobre o assunto. A Netflix também tem no catálogo “O Renascimento do Parto 2” e ambos os filmes merecem ser assistidos.
Beira-Mar
Focado na descoberta da homossexualidade na adolescência, o filme conta com uma narrativa lenta e contemplativa, que remete ao cinema europeu independente. O longa não tem a menor pretensão de agradar a todo mundo e muita gente pode achá-lo pretensioso e arrastado demais. Mesmo assim, vale dar o play, pois esse é o tipo de trabalho que mostra o quanto o cinema nacional está cada vez mais diversificado. “Beira-Mar” foi indicado a Melhor Filme de Estreia no Festival de Berlim.
O Roubo da Taça
Esse é o primeiro filme brasileiro produzido pela Netflix e vale muito a pena assistí-lo. Primeiramente, porque ele se baseia em uma história real e inacreditável: o roubo da taça da Copa do Mundo, em 1983. Além disso, a trama é ágil, engraçada e inteligente, com ótimas atuações de Taís Araújo e Paulo Tiefenthaler. Ah, e apesar de esse ser um filme cheio de brasilidade, ele passa longe daquelas comédias pastelão típicas do cinema nacional.
Todas as Razões para Esquecer
Esse romance agridoce tem pinceladas bem contemporâneas sobre um tema presente na vida de todo mundo: a superação do término de um relacionamento. É um filme agradável de assistir e diferente do que estamos acostumados a ver no cinema nacional.