Quem toma vinho já deve ter ouvido falar dos taninos, compostos naturais encontrados nas cascas, sementes e caules das uvas, que conferem estrutura e sensação de secura à bebida. Mas como os taninos estão presentes e influenciam no sabor do vinho? O sommelier Fernando R. Moreira explica à CLAUDIA todos os detalhes para que você pareça uma expert no assunto.
O que são taninos?
Além presentes nas cascas, sementes e caules das uvas, os taninos também podem ser encontrados em outras plantas, como o chá e o carvalho.
“Nos vinhos, eles são extraídos principalmente das cascas das uvas durante o processo de maceração e fermentação, especialmente em vinhos tintos. Quanto mais tempo as cascas ficam em contato com o suco, mais taninos são extraídos. Os vinhos envelhecidos em barricas de carvalho também adquirem taninos da madeira, o que pode contribuir para o gosto final do vinho”, diz o especialista, fundador da Santo Vino Importadora, que fornece a bebida para diversos restaurantes de São Paulo.
Como os taninos afetam o sabor do vinho?
Os taninos têm um papel crucial na estrutura e complexidade do vinho, afirma Moreira. “Eles proporcionam estrutura ao vinho, dando-lhe corpo e caráter. Os taninos atuam como conservantes naturais, ajudando o vinho a envelhecer bem e a desenvolver sabores mais ricos e complexos ao longo do tempo. Em alguns casos, os taninos podem contribuir também para um leve amargor, especialmente em vinhos mais jovens – que tende a suavizar à medida que o vinho envelhece”.
Mas na prática, o que sentimos na boca por causa dos taninos ao tomar um vinho? “Os taninos são responsáveis pela sensação de adstringência que muitas vezes sentimos na boca ao beber um vinho, aquela sensação de ‘secura’ na língua e nas gengivas, que pode variar de suave a intensa, dependendo da quantidade de taninos presentes. Vinhos com taninos bem integrados são equilibrados e têm uma sensação agradável na boca”.
Vinhos com altos níveis de taninos têm maior potencial de envelhecimento. Com o tempo, os taninos se quebram e se tornam mais suaves, resultando em um vinho mais complexo e harmonioso.
Como escolher o vinho de acordo com os taninos?
Fernando recomenda que, se você prefere vinhos com um paladar macio e menos adstringente, a opção deve ser por vinhos com taninos mais baixos, como os produzidos com a uva Pinot Noir. Para quem gosta de vinhos robustos e encorpados, com potencial de envelhecimento, um Cabernet Sauvignon ou um Syrah pode ser uma excelente escolha.
“Vinhos com altos níveis de taninos têm maior potencial de envelhecimento. Com o tempo, os taninos se quebram e se tornam mais suaves, resultando em um vinho mais complexo e harmonioso”.
Como identificar taninos antes de tomar o vinho?
Com a variedade de uvas no mercado, é normal se sentir confusa com a quantidade de taninos – mas há dicas certeiras para não se arrepender.
“Para identificar um vinho com taninos marcantes, observe as uvas utilizadas: vinhos de Cabernet Sauvignon, Tannat, Nebbiolo e Syrah geralmente apresentam taninos mais robustos, pois são uvas de cascas mais grossas e com maior extração de cor. Também preste atenção na descrição do rótulo, que pode indicar se o vinho é encorpado ou tem potencial de guarda, características associadas a vinhos mais tânicos”, esclarece o sommelier.
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