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Verdadeira Natureza, por Mariana Ferrão

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Mariana Ferrão é jornalista, palestrante e CEO da Soul.me, empresa especializada em bem-estar, qualidade de vida e desenvolvimento humano. Aqui, marca um encontro quinzenal com as leitoras - e consigo mesma
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Se cuida!

Foi bom receber ajuda, foi bom me sentir cuidada e, especialmente, tem sido bom cuidar de mim

Por Mariana Ferrão
7 jun 2023, 08h15
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  • Se cuida! Quem assistia ao Bem Estar, provavelmente se lembra: era com a frase que dá título a esta coluna que eu encerrava o programa todos os dias, na Globo. Passei quase uma década no ar de segunda a sexta dizendo para as pessoas se cuidarem. Sempre me pareceu natural tanto cuidar dos outros, como desejar que os outros se cuidassem. 

    Agora, venho enfrentando uma fase da vida em que estou tendo que cuidar de mim mais do que nunca: há seis meses tenho sofrido de crises de TPM horríveis, muito mais intensas do que jamais tive. Os sintomas vão desde uma irritação fora do normal, um cansaço extremo, dores de cabeça, palpitações cardíacas, uma neblina mental que dificulta o foco e a concentração, até uma tendência à depressão e pensamentos com ideação suicida.

    Pesquisei bastante sobre o tema, conversei com amigas da mesma idade, consultei ginecologistas, endocrinologistas, psiquiatras. Ouvi de uma médica uma verdade difícil de aceitar em pleno 2023: “A ciência ainda sabe pouco sobre a menopausa. Afinal, é muito difícil estudar mulheres, né?”, ela me disse em tom irônico, e prosseguiu: “Tudo em nós varia durante o mês. Mesmo que todo mundo saiba que o risco cardíaco das mulheres aumenta com o climatério, a maioria dos estudos sobre remédios que controlam a pressão é feita com homens porque eles são mais constantes, fica mais fácil de concluir a pesquisa.”

    Aff! Espero que um dia (em breve) isso possa mudar. 

    Enquanto isso, estou medicada. Optei por uma linha antroposófica, sem remédios alopatas, decidi aumentar minhas práticas meditativas e também de atividade física.

    Funcionou durante o primeiro mês: a TPM foi mais branda e consegui ultrapassar os sete dias caóticos do mês com apenas alguns picos de mais irritação.

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    Mas havia algo que eu precisava mudar que procrastinei: meu ritmo

    Já falei sobre isso aqui, mas nunca é demais conversarmos sobre algo que sinto ser uma das principais causas de adoecimento atuais: a velocidade.

    Outro dia, uma amiga me mandou um post do professor de Neurociência, Pedro Calabrez, no Instagram em que ele questiona o ritmo frenético no qual a maioria de nós pauta a própria vida: “Vivemos em busca da próxima novidade empolgante que nos mantenha acelerados…Acontece que, quando tudo é veloz, tudo é fugaz.”

    E assim, num passe de mágica, sem conseguir diminuir meu próprio ritmo de maneira consciente, esta semana, meu corpo me fez parar: estava dormindo e fui acordada por uma dor no pé insuportável!

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    Se você já foi acordada (o) por uma dor sabe do que estou falando. Eu durmo bem, não é qualquer desconforto que me faz acordar. Fui surpreendida por uma dor repentina que me levou ao hospital e a fazer 3 consultas médicas, 2 sessões de fisioterapia e 5 ressonâncias na mesma semana.

    A dor passou do pé para o quadril e do quadril até o ombro – todo o lado direito acometido. Tive que cancelar três gravações e uma série de outros compromissos e planos.

    E sabe o movimento que mais dói?

    O de apertar o pé no acelerador!

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    Nada é por acaso. E preciso confessar: a pausa tem me feito bem!

    Há muito tempo venho querendo andar mais devagar, falar mais devagar, fazer menos, viver mais.

    Ainda não sei quanto tempo vou precisar para estar bem novamente. Estou com medo da próxima TPM sem poder me exercitar.

    Enquanto isso, intensifiquei ainda mais as minhas práticas de meditação, inclusive dentro do equipamento da ressonância. Hoje mesmo estava conversando com uma amiga que também está com uma inflamação no ombro e ainda não fez o exame. Eu contei a ela que uso o tempo naquela máquina claustrofóbica para imaginar que estou restaurando o que precisa ser restaurado. Fico imaginando minhas fibras musculares se juntando novamente, os tecidos, ligamentos e tendões ganhando elasticidade – uso até o som insuportável como uma ilustração do meu cenário de cura: imagino o barulho como aquele martelinho de ouro que repara a lataria de carros. Cada som conserta algo dentro de mim.

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    Esta semana eu desamarrei o cadarço do meu tênis para calçá-lo. E percebi que este gesto simples leva tempo e é mais gentil com meu corpo. Com o cadarço amarrado, sempre há uma pressão maior no peito do pé.

    Também me permiti dormir um pouco mais todos os dias e me levantei da cama com calma.

    Pintei, ouvi música, cantei e li na poltrona da sala.

    Fiz bolsa de gelo, tomei mais chás calmantes, pedi ajuda para quem estava por perto: para pegar os filhos na escola, colocar a mesa, mudar o meu laptop de lugar, me ajudar a me vestir.

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    Foi bom receber ajuda, foi bom me sentir cuidada e, especialmente, tem sido bom cuidar de mim.

    Não me parece coincidência que as palavras calma, consciência, cuidado, conexão e cura comecem com a mesma letra.

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