Um dos elementos de maior impacto visual na nossa imagem, as cores funcionam como um poderoso canal de informação sobre nossa personalidade, estilo e, por que não dizer, dos nossos pensamentos e comportamento diante da vida. Quando abrimos diariamente nosso guarda-roupa em busca de um look para trabalhar, ou comparecer a um evento social, muitas vezes não dimensionamos o quanto a escolha da cor daquela roupa pode influenciar positiva ou negativamente nossa imagem no ambiente social e, principalmente, profissional.
Mais do que um fenômeno ótico, as cores estimulam nosso cérebro de diferentes formas e transmitem emoções que vão do amor ao ódio, do otimismo à tristeza, do sofisticado ao deselegante. Quando em 1810, o poeta alemão Johann Wolfgang Von Goethe lançou o livro Teoria da Cor, talvez não imaginasse o quanto seu estudo seria fundamental para diversos segmentos por muitos séculos. Segundo ele, a cor não depende exclusivamente da luz e do ambiente, mas também da percepção que temos sobre ela. O olhar de cada tom é subjetivo, porém os efeitos provocados pelas cores são universais.
Muitos anos depois do livro de Goethe, sua teoria foi reforçada pela psicóloga e socióloga Eva Heller no livro A Psicologia das Cores. Para ela, as cores têm um significado e uma finalidade própria. Eva ressaltou a estreita relação que existe entre cores e sentimentos. Graças aos dois, hoje sabemos, entre outras coisas, que as chamadas cores quentes como vermelho, amarelo e laranja transmitem sensações de alegria e entusiasmo; enquanto as denominadas frias como o azul, verde e roxo expressam racionalidade, calma e profissionalismo.
Ao mergulharmos um pouco mais na história da moda, descobrimos que as cores já funcionaram até como um termômetro social entre classes. Na Idade Média, por exemplo, o vermelho estava diretamente associado à nobreza, enquanto o cinza e o marrom eram usados pelos camponeses. Já os burgueses e comerciantes ostentavam o verde. Acreditem, houve um tempo em que a cor roxa era exclusividade dos nobres. Leis da época impediam que cidadãos comuns pudessem usá-la.
Ainda bem que esse tempo ficou no passado, não é mesmo? Hoje, a escolha das cores é democrática e reflete nossa personalidade, estado de espírito e, pasmem, até caráter. Enquanto algumas exprimem alegria, entusiasmo e são inspiradoras, outras são depressivas e funcionam negativamente na nossa imagem. Quando optarmos por um tom mais relaxante, podemos aliviar nossa tensão, ansiedade e stress. É que essas cores têm o poder de atenuar esses sentimentos. E, acreditem, funciona.
Sabendo do poder que as cores exercem, que tal aprendermos a usá-las a nosso favor, principalmente no ambiente de trabalho? Separei algumas dicas que vão ajudar você a ser mais assertiva nas suas escolhas. Como já vimos, uma cor que transmita com propriedade a mensagem que desejamos passar, além de influenciar positivamente na nossa imagem social e profissional, pode nos deixar ainda mais bonitas.
Reuniões decisivas – Muitas vezes ficamos em dúvida sobre a roupa que devemos usar para aquela reunião com nossos líderes na qual serão discutidos assuntos decisivos da empresa. Nessa hora, os tons mais opacos são uma boa escolha, eles estão associados ao comprometimento e intelectualidade. Se o momento exige equilíbrio, discrição, esperança e acolhimento, não hesite em optar pelo verde. O azul que evoca clareza de pensamento, afeto e segurança e tons de vinho mais esfumados revelam firmeza.
Apresentações – Embora muitas empresas já tenham convocado seus funcionários para trabalharem presencialmente, muitas pessoas continuam em esquema de Home Office. Nas duas situações, presencial ou virtual, cuidado ao escolher a cor do look de suas apresentações. Nas reuniões virtuais, as cores vivas são bem-vindas porque chamam atenção para você na tela. Já em situações presenciais, a sua imagem se torna mais forte do que o conteúdo transmitido e pode causar dispersão no interlocutor. Nesse caso, os tons mais opacos como azul marinho ou um rosa queimado são uma boa opção.
Entrevista de emprego – Em momentos como este, em que precisamos transmitir uma imagem de seriedade e credibilidade, opte por cores neutras como verde musgo e cinza grafite; vinho e tons de marrons também são boas escolhas. Mas se a vaga for para uma empresa jovem e com clima descontraído, como é o caso das startups, tons mais vibrantes transmitem criatividade, emoção e informalidade; nesse caso um azul turquesa, laranja ou amarelo contam ponto a favor, pois demonstram coragem.
Situações decisivas – Para líderes que precisam demonstrar racionalidade e controle em momentos decisivos para a equipe ou para a empresa, os chamados tons frios são os mais acertados. Nessa hora, roxo, verde-esmeralda e os tons de azuis fazem a diferença. Se desejar quebrar um pouco essa imagem de seriedade, um acessório ou batom um pouco mais vibrante são bons trunfos.
Maturidade – Se você é uma jovem líder ou está buscando uma posição melhor dentro da empresa, atenção para cores como pink, vermelho e amarelo, apesar de transmitirem ousadia e criatividade, podem, em alguns casos, passar uma sensação de impulsividade. Se optar por algumas delas, mescle com outras peças em tons mais sóbrios como preto, que transmite sobriedade e sofisticação, ou cinza para passar uma imagem de mais seriedade, ou ainda tons de camelo ou marfim que transmitem elegância.
Encontros informais de trabalho – Seja num happy hour da empresa ou numa reunião mais descontraída, escolha tons que transmitam leveza e descontração. Nessa hora, cores mais claras como bege, rosa, amarelo, lilás e azuis mais suaves propiciam proximidade.