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Rachel Jordan

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Referência no mercado de consultoria de imagem, Rachel Jordan é especialista em comportamento profissional e atua como consultora, mentora e palestrante para empresas e pessoas que desejam desenvolver suas habilidades emocionais e alavancar a carreira. Co-autora do Livro À Sua Moda – 4Talks, Rachel também ministra cursos e workshops na área

A liberdade de escolha e a empatia feminina para vencer preconceitos

A colunista Rachel Jordan reflete sobre as conquistas e os próximos passos na luta pela igualdade de gênero

Por Rachel Jordan
3 mar 2022, 09h06
senhora feliz
 (Mariia Zotova/Getty Images)
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A poucos dias de celebrarmos mais um Dia Internacional da Mulher, não há dúvida de que temos, sim, muitas vitórias a comemorar. Nas últimas décadas, nos tornamos protagonistas de inúmeras conquistas e continuamos a fazer história ao demonstrar diariamente qual é o nosso verdadeiro lugar na sociedade contemporânea.

No entanto, sabemos que, apesar de tudo que conquistamos, ainda temos um longo caminho pela frente. Afinal, não é nada fácil derrubar os preconceitos e estereótipos que continuam nos atingindo em função de uma sociedade patriarcal na qual o machismo está fortemente enraizado. 

Sinto orgulho em dizer que faço parte da faixa das mulheres de 50+. Uma geração que está quebrando padrões e revolucionando costumes ao mostrar que chegar aos 50 anos não significa atingir o fim da vida produtiva, afetiva e feminina. Estamos vivas e queremos viver intensamente tudo o que temos direito.

Afirmar que a vida também pode começar aos 50 não é mais um delírio de mulheres que não aceitam a passagem do tempo, como durante anos seguidos nos fizeram acreditar. Mulheres e homens entre 50 e 64 anos representam mais de 17% da nossa população. E o que chama atenção é que somos nós, mulheres, que estamos revolucionando os costumes.

Pesquisas recentes têm apontado que não são poucas as mulheres dessa faixa etária que se sentem felizes, seguras e mais bonitas do que na juventude. E mais: começamos, finalmente, a ser vistas pelo mercado de trabalho como profissionais que têm muito a oferecer e ensinar às novas gerações. 

Outro mito que ainda atinge a mulher 50+ diz respeito à libido. Mas o fato é que estamos livres, leves e cheias de energia para viver novas histórias. A menopausa apresenta, sim, alguns problemas, mas e daí? Estamos superando questões que por muito tempo nos deixaram fora do jogo. A ciência e a tecnologia abriram novos caminhos e nos apresentaram um mar de novas possibilidades.  

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Cabe a nós decidir o que queremos e nos libertar de algumas amarras que ainda nos aprisionam. No auge da pandemia, por exemplo, muitas mulheres decidiram parar de pintar o cabelo. Foi um movimento lindo com adeptas em todo mundo. E isso foi fantástico, nos libertamos de mais um aprisionamento estético que nos era imposto.

Entretanto, começamos a exercer um patrulhamento contra nós mesmas. Algumas mulheres estão se sentindo cobradas por outras para entrar no “movimento”. Minha gente, temos o direito de optar por ficar grisalhas ou não. Somos livres para fazer nossas escolhas.

O que importa é como cada uma de nós se sente ao olhar no espelho. Não devemos reprovar ou patrulhar aquelas que optaram por continuar pintando o cabelo. Esse comportamento é muito simbólico e precisamos ter cuidado para não repetir determinados padrões.

Acredito que não devemos nos colocar em caixinhas e exigir que todas estejam dentro delas. Somos livres. Com os cabelos brancos ou não, o essencial é que estejamos em paz com a mulher que somos hoje e com as conquistas que fizemos.

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Assim como é nossa a decisão de estar sozinha ou não em qualquer idade, ou de recomeçar a vida afetiva ou profissional aos 50+. Apesar de boa parte da sociedade ainda acreditar que uma mulher não consegue ser feliz sozinha, e nos invisibilizam como se não fôssemos mais interessantes e atraentes, muitas de nós já entendeu que isso é só mais uma falácia. 

Podemos, sim, ser felizes com alguém ou sozinhas se esse for o nosso desejo. Uma parceria de gênero diferente ou não, deve ser para agregar valores, trocar experiências. Essa opção não pode mais ser vista como uma tábua de salvação ou como única alternativa para se viver plenamente e feliz. 

E você, como tem vivenciado todas as mudanças que estamos passando no universo feminino, em particular na geração 50+? Abaixo algumas observações de como podemos ser ainda mais livres e despidas de qualquer preconceito.

Solte suas feras

Não permita mais que digam a você o que deve ou não fazer. Tenha 30, 40 ou 50+ solte suas feras e viva sem medo dos olhares alheios. O bom senso é o nosso fio condutor em diferentes fases da vida, é nele que devemos confiar para entender o que devemos ou não fazer. Somos donas de nossas vidas.

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Autoestima

Aquela época em que nos diziam como devíamos nos vestir, e apontavam o que ficava bem ou não para a nossa idade, faz parte do passado. O fundamental é que saibamos valorizar o nosso corpo, avaliar o que nos coloca numa posição de destaque e o que derruba a nossa imagem. É com a nossa autoestima que devemos nos preocupar. O ambiente profissional sempre exige uma atenção maior na hora de fazermos nossas escolhas de vestimenta, mas isso não significa perder seu estilo ou sua identidade. 

Chantagem emocional

Não se abale com as chantagens emocionais, elas só servem para minar nossa autoestima e nos culpabilizar por situações que não estão no nosso controle. Precisamos de parcerias positivas, que nos estimulem e contribuam para o nosso crescimento. Não há mais espaço para nos sentirmos inferiores em nenhuma situação. 

Empatia

Precisamos ser mais empáticas umas com as outras, entender que essa corrente precisa estar cada vez mais forte. Antes de apontar o dedo e fazer críticas a outra mulher, seja ela uma amiga, uma filha ou uma funcionária, pense no que ela pode estar passando para ter determinado comportamento. Que o Dia Internacional da Mulher sirva para nos mostrar que somos mais fortes quando estamos juntas, nos apoiando para vencer todos os preconceitos que ainda persistem. 

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