Final de ano é sempre um momento em que as pessoas estão mais propensas a planejar. O início de um novo ciclo é sempre convidativo para estabelecer objetivos, criar metas e a partir deles mudar hábitos e fazer diferente.
Há quem prometa sair do sedentarismo, outros que querem aprender uma nova língua, buscar um novo emprego, mudar o estilo de vida. Seja qual for o plano, as chances de ele ser abandonado no primeiro mês do ano são grandes.
Segundo pesquisa da Statistic Brains, 27% das pessoas abandonam seus objetivos na primeira semana. 31% abandonam depois de 15 dias e pouco mais da metade consegue cumprir suas promessas no primeiro mês.
As estatísticas só comprovam o que já sabemos: a virada do calendário não basta para fazer aparecer uma versão aprimorada de nós mesmas. Mudar leva tempo, demanda disciplina. Mas o que podemos fazer para não só planejar, mas também conseguir realizar?
Fiz essa pergunta à minha amiga Ana Raia. Ela é especialista em desenvolvimento humano, produtora de conteúdo e comanda o videocast NUA. Segundo ela, quando a gente está fechando o ano e começando o outro é importante saber o nosso ponto de partida.
“Se alguém me pergunta como chega na minha casa, para responder eu preciso saber onde essa pessoa está”, disse.
Ana falou que é muito importante parar e fazer uma reflexão compassiva e gentil sobre 2023, porque se tivermos uma narrativa de que o ano que passou foi duro, injusto, pesado, vamos entrar em 2024 sem vitalidade, com menos esperança, com menos motivação.
Celebre e destaque o que foi bom
Nenhuma pessoa tem um ano feito inteiramente e momentos ruins. A vida tem altos e baixos. Em alguns momentos estamos no pico e, em outros, no vale.
“Se a gente não faz essa reflexão, a memória vai lembrar dos momentos mais intensos e, às vezes, os momentos mais intensos são os mais difíceis ou que deram tristeza, raiva, depressão, sentimento de injustiça.”
Olhar para nossas realizações de uma forma mais acolhedora é uma escolha. Eu posso dizer que tive um ano difícil, com parentes doentes, que enfrentei uma crise no trabalho. Mas também posso contar que fiz viagens maravilhosas, avancei no autoconhecimento fazendo novos cursos e iniciei projetos que estão me realizando profissionalmente.
As duas narrativas são verdadeiras, mas é minha missão escolher qual das duas eu vou contar para mim mesma. O conselho de Ana é para fazermos uma avaliação real do ano que está acabando, mas escolhendo uma narrativa ascendente que vai focar nos aprendizados, nos momentos de superação, de coragem, de conquista.
“Não quer dizer virar as costas ou negar o que aconteceu. É apenas uma escolha. Nossa atenção vai para onde direcionamos nosso foco, tudo aquilo que recebe atenção, cresce. Então, se focarmos na falta e no que ainda não aconteceu, vamos entrar em 2024 muito desenergizadas.”
Pode parecer uma escolha fácil, mas não é, porque nos apegamos aos nossos dramas. Mas é possível e começa com escolher honrar, agradecer e celebrar o que deu certo. “Ao fazer isso, entramos no novo ano com o poder sobre nossas escolhas e temos coragem para realizar”, completa.
Este balanço geral do ano que passou é o primeiro passo para começar o planejamento do ano que virá. Sabendo de onde estamos partindo, fica mais fácil traçar a rota para atingir os objetivos.
Na próxima coluna eu vou trazer as dicas da Ana Raia para planejar e tornar o ano de 2024 repleto de realizações. Te espero aqui!