Eu sei, essa não é exatamente uma verdade muito fácil de engolir. Mas, do mesmo modo em que você provavelmente já se imaginou transando com outros ou outras, enquanto estava com o seu parceiro, ele também o fez. E, acredite, isso é normal e saudável.
A cultura em que estamos inseridas não nos permite imaginar essa situação sem colocar em cheque uma série de crenças profundas. Isso porque o nosso ideal de amor, construído já há alguns séculos, prega que uma única pessoa será capaz de suprir todas as nossas necessidades sexuais e afetivas por toda a vida. Do contrário, “não era pra ser” ou “era a pessoa errada”.
Soma-se a isso o medo da perda, de ser traída, trocada, esquecida e rejeitada- todos medos derivados desse mesmo molde relacional-, e pronto: nem sequer nossos pensamentos estão à salvo.
Mas já desponta no horizonte novos- ou não tão novos assim- entendimentos sobre como amamos, como nos relacionamos e desejamos. Fato é que sentimos atração sexual por múltiplas pessoas ao longo da vida e isso não implica na perda de desejo pela parceria. Inclusive, muitas vezes, alimenta e intensifica esse interesse sexual.
É possível e extremamente comum fantasiar com pessoas diversas, ainda que dentro do casamento. Quando nos abrimos para essa possibilidade, permitimos expandir nossos universos de prazer e descobrir versões inéditas de quem somos. Esse tempero, reverbera em maior excitação e transas mais interessantes, que podem potencializar a química do casal.
Sim, ele pensa em outra. Mas pensa em você também. Tudo isso é graça, ginga e bossa para os relacionamentos mais longos. Vigiar o pensamento de quem você ama não é nem possível e muito menos benéfico para a relação. Fantasiar sim. Fantasiemos!