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Negros na liderança: Samantha Almeida é a nova diretora do Twitter Next

Conquistas como a de Samantha Almeida devem ser enaltecidas. Mulheres negras ocupam só 10,6% do quadro funcional das empresas

Por Rachel Maia
Atualizado em 10 set 2020, 19h46 - Publicado em 10 set 2020, 19h15
Samantha Almeida
Samantha Almeida: ela é a nova diretora do Twitter Next (foto/Arquivo pessoal)
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O Twitter anunciou recentemente que Samantha Almeida ocuparia o cargo de diretora do Twitter Next no Brasil, a área de estratégia de marca da empresa. Samantha construiu uma carreira voltada para a área criativa e na comunicação com passagens pela Avon, Estée Lauder, Trifil & Scala, Levi’s, Music 2/Mynd e Ogilvy.

Como executiva do Twitter, a missão de Samantha é ajudar anunciantes e agências a entender o comportamento das pessoas na oferta de conteúdo patrocinado. Ela quer, na verdade, auxiliar as marcas a conseguirem uma conexão real com o consumidor. Samantha sabe que o caminho para isso passa invariavelmente pela diversidade e representatividade.

Samantha, assim como eu, é uma das poucas executivas negras do país. Embora os debates sobre desigualdade racial estejam crescendo em volume, o que é importantíssimo, ainda falta muita referência de negros em cargos de liderança. Faltam também políticas nas empresas – e métricas para avaliar a efetividade dessas políticas.

Dados do Instituto Ethos mostravam que, nas 500 empresas de maior faturamento do Brasil, os negros compunham 58% dos aprendizes e trainees e apenas 6,3% da gerência. Entre os quadros executivos, apenas 4,7% eram negros. Nos Conselhos de Administração, somente 4,9% das cadeiras são ocupadas por pessoas pretas ou pardas.

Quando falamos de mulheres negras, o negócio fica ainda pior. Essa mesma pesquisa mostra que elas ocupam 10,6% do quadro funcional das empresas, 8,2% da supervisão e 1,6% da gerência. Nos cargos executivos, a presença de mulheres negras se resume a míseros 0,4%.

Por isso conquistas como a de Samantha devem ser enaltecidas. Devem ser divulgadas. E nós, como consumidoras, temos na mão um poder do qual muitas vezes não nos damos conta. Nós podemos optar por investir nosso dinheiro em produtos e serviços das marcas que valorizam a diversidade. Se estamos pensando, por exemplo, em comprar um xampu, por que não comprar de uma empresa que tem políticas reais de inclusão e diversidade?

Termino hoje nosso papo com frases que me impactaram de uma entrevista de Samantha Almeida. Ela disse: “Precisamos entender que, mais do que nunca, as marcas têm importante responsabilidade em impactar vidas sabendo que nem todos os grupos sociais têm ainda os mesmos acessos e direitos. Identificar essa pluralidade de realidades, especialmente em um país como o Brasil, e construir a partir dessa diversidade intrínseca à nossa cultura projetos que influenciam a sociedade de forma positiva, é o que me motiva”. É isso que me motiva também.

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