Esse é o movimento que realizamos este mês por aqui e eu quero partilhar com você a potência de sermos o futuro ancestral. Dia desses, observando um casal de senhores no parque, o que mais me chamou atenção para além de estarem se exercitando juntos, foi o cuidado um para com o outro, mas um cuidado sutil, de olhares e sorrisos que conversam, que sabem a hora de parar e respirar e a hora de continuar.
Essa conversa sutil é ancestral, quantas vezes você e suas amigas sabem o que está acontecendo, respondem uma a outra, sem abrir a boca, apenas com feições e movimentos? Essa intimidade é uma tecnologia e ela constrói pontes, reconecta pessoas e transformam espaços, assim como a intuição, que além de ser ancestral, quando ouvida e recebida como guia pode te tirar de enrascadas e quedas.
Temos tantas tecnologias ancestrais, a oralidade também é uma delas, porque vai para além da comunicação, ela tem sentimento, ela tem uma química no som, na forma de entoar palavras que pode, com apenas uma frase, mudar sua vida.
O tempo é tecnologia que dita o ritmo da sua construção de futuro.
A flexibilidade é tecnologia que dita a sua dança com a vida.
A generosidade é tecnologia que gera prosperidade futura.
A disciplina é tecnologia que garante e sustenta sua saúde.
Não há futuro sem resgate, pois o futuro não é feito somente de desconhecido, uma parte dele é a forma como lidamos com o passado, com o que nos é ancestral e pode inspirar novos formatos e conexões.
Não é sobre inventar roda, mas sim sobre pegar a roda ancestral da vida para ser base de uma prosperidade futura, feita de partilha, intuição, ritmo, intimidade, flexibilidade e generosidade.
Que o futuro ancestral te agarre pela cintura e que você vá dançar com ele, pois apesar de desconhecido, ele tem cheiro de coisa boa, conhecida e amorosa.
Noéle Gomes