Martchela - Ministra do Namoro
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Uma saudação às erradas!
Escrevo para as mulheres que sentem, que vibram, que resistem. Um espaço de acolhimento, sem julgamentos, para que suas vozes sejam ouvidas
Eu escrevo para as erradas, para as atrevidas, para as escrachadas, as que desafiam, as que desafinam.
Escrevo para aquelas que não deram certo, que tentaram, mas falharam.
Escrevo para as que esbanjam sorrisos nas festas e choram à noite, sozinhas, num quarto alugado na Rua Augusta.
Escrevo para aquelas que não foram chamadas para as festas e invejam aquelas que sorriem, sem saber que elas também choram sozinhas à noite em um quarto.
Escrevo para as marginalizadas, para as pecadoras, para as amantes, para as casadas, mas principalmente para as não casadas.
Escrevo para as desajeitadas, as humilhadas, as varridas, as expulsas, as esdrúxulas, aquelas que nunca ganharam uma medalha, e para aquelas que ganharam uma, mas se perderam logo depois.
Escrevo para as meninas-poetisas que precisam tomar remédio para dormir porque já perderam o jeito natural de viver.
Escrevo para aquelas que já pensaram em tirar a própria vida.
Para aquelas que nunca tiveram um amor,
para aquelas que perderam esse amor,
e para aquelas que, mesmo anos depois, ainda buscam uma notícia de um ex amor.
Escrevo para as ansiosas, as perdidas, as mães e, acima de tudo, para as mães desamparadas.
Escrevo para as mulheres que perderam um emprego para um homem medíocre,
para aquelas que esperam uma vingança divina,
para aquelas que têm fé, e também para aquelas que perderam toda a fé.
Escrevo para a injustiça, para a dor, para os desamores e dissabores de uma vida que prometeu ser digna, mas que sabemos que muitas vezes não é.
Eu escrevo para questionar, alertar, confortar.
Mas, mais do que tudo, escrevo porque quero ouvir, sem julgar.
Porque nesse mundo, temos mais voz do que ouvidos.
Sentimos, e muitas vezes nos dizem que não podemos sentir.
E esquecemos que existe um lugar para vibrar.
Eu escrevo para as mulheres.
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