Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Esquenta Black Friday: Assine a partir de 7,99
Imagem Blog

Martchela - Ministra do Namoro

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jornalista, atriz e humorista, @martchela__ é apresentadora do Lambisgóia Cast

Como as bruxas – mulheres livres seguem sendo perseguidas

Entre labaredas antigas e julgamentos modernos, é preciso aprender a dançar no fogo sem perder o bom humor

Por Martchela - Ministra do Namoro
18 out 2025, 17h00
Ilustração de mulher vestida de bruxa em meio a chamas
Quando se encerram os argumentos, as características físicas entram em cena (Criada com IA/CLAUDIA)
Continua após publicidade

Na última coluna, questionei por que está tão difícil encontrar um parceiro no amor. Uma coluna, como se sabe, é um espaço para opiniões. Mas geralmente escrita por alguém que tem alguma voz na sociedade, algum embasamento, uma certa relevância. O que recebi de resposta? Homens inconformados — ah, que surpresa! — e outros que concordaram plenamente. Mulheres riram da veracidade das situações descritas.

E teve quem sugerisse, veja só, que talvez eu não seja tão bonita ou interessante assim. Gente, como é que eu não tinha pensado nisso antes? Desperdicei dias, neurônios, sinapses inteiras, para escrever um texto humorístico… para quê? Bastava olhar no espelho ou pedir a opinião de um Zé qualquer no Instagram. FÁCIL. Vou pagar a conta da analista e pedir demissão. Adeus!

Quando o espelho devolve o machismo disfarçado de opinião

Recebi, portanto, meu espelho. Peço desculpas a todos. Eu retiro tudo que disse até hoje. O fato de não encontrar homens com saúde mental em dia, um pouco de apreço pela estética e boa conversa se deve unicamente ao fato de eu ser uma pessoa desprovida de tais qualidades. Foram 37 anos de vida, sendo 32 deles dedicados à terapia, literatura, feminismo, filosofia, estudos, conversas, olhar crítico para a sociedade. Pra quê? Poderia ter gasto esse tempo — e dinheiro — com plásticas! E, no entanto, agradeço a quem me trouxe essa luz.

Hoje me sinto livre como nunca fui. Livre de qualquer problema que a sociedade insiste em colocar sobre nós. Porque a resposta básica, simples e direta, foi: eu, feia. Escutam esse barulho? É a paz invadindo meu coração. Mulheres, vocês estão gastando energia demais tentando se explicar, quando a sociedade já tem a fórmula pronta: se não cabe no desejo masculino, é defeito. Se o problema é ser “feia”… então sejamos feias. Feias e livres.

Queimar ainda é o verbo: agora em praça digital

E já que estamos falando de liberdade, olha só a coincidência: outubro chegou, o mês favorito das bruxonas. Fantasiamo-nos, brincamos, vamos a bailes e festas de moda (para quem é convidado), nos divertimos com amigos. Mas, por trás das fantasias, as fogueiras para as “bruxas” continuam acesas. Antes queimavam corpos em praça pública; agora queimam vozes na internet. Cancelam, perseguem, hostilizam, ironizam… sempre com muito tempo sobrando, claro.

Levamos séculos para poder usar calças. Mais alguns para votar, divorciar, conquistar o direito de trabalhar. E até hoje seguimos lutando por direitos que mal funcionam. Conquistamos espaços: a fala, a presença em lugares de relevância, algumas cadeiras de poder. Mas, assim como as bruxas, nós, mulheres livres, seguimos perseguidas.

Continua após a publicidade

Permanecer também é um ato de coragem

Hoje, não basta apenas chegar lá. É preciso permanecer. Enfrentando críticas objetivas e subjetivas. “Quem é você para estar em uma revista?”. “Quem é você para ser CEO? Só pode estar dando para o chefe.” “É feia, coitada. Mal amada. Só sabe falar de relacionamento porque isso dá ibope.” “Ela não é tão boa assim.” “Ela não é bonita, logo só escreve porque não tem um HOMEM ao lado.” Somos julgadas por tantas coisas que daria para fazer um TED Talk de 90 minutos com tudo o que já ouvi, li e experienciei de pessoas cheias de recalque sobrando.

Entre labaredas antigas e julgamentos modernos, é preciso aprender a dançar no fogo sem perder o bom humor

. Porque, caso contrário, somos jogadas na mesma fogueira que começou na Idade Média — e, pasmem, ainda não se apagou. A diferença é que hoje não arde apenas uma. Hoje somos muitas. E cada bruxa que tentam calar acende outras. Se ser livre significa ser queimada, que venham as labaredas: já aprendemos a dançar no fogo. Não vão nos calar, porque também sabemos fazer barulho. Um último recado: temam mulheres que foram ao inferno e retornaram. Bom Halloween!

Assine a newsletter de CLAUDIA

Receba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:

Continua após a publicidade

Acompanhe o nosso WhatsApp

Quer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp

Continua após a publicidade

Acesse as notícias através de nosso app 

Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.