Só penso no Paulo Gustavo.
Não o conheço. Nunca estive com ele presencialmente, mas sou uma espécie de clone da Dona Herminia. Me identifico num grau com o personagem da mãe dele que juro que sinto que esse cara é um pouco meu filho. Acompanho suas pequenas vitórias no hospital, as celebro como as conquistas de Napoleão. Como viver sem sua risada? Sem aquele gestual do malandro do Méier? Aquela malemolência do carioca ixperto do Leblon mesmo tendo nascido em Niterói? Eu sou só lágrimas diante desta gripezinha e sobretudo do descaso dos governantes, da miséria da população, do roubo das vacinas. E vamos ficar apatetados enquanto nossos ídolos apodrecem e morrem em hospitais sem oxigênio? Vão dizer que o ator é rico e está na melhor UTI da cidade do Rio de Janeiro mas mesmo com todo o aparato tecnológico da ciência, morre-se igual a qualquer mortal. Aliás o fim da vida nivela nossos níveis de quereres. O rico, o pobre, o preto, o branco, o jovem, o velho – todos agonizam e a gente assiste pela telinha da TV ou pelas redes sociais a esse adeus. E ontem decidi rever os vídeos do PG e me deparei com uma paródia irônica em que ele diz que não morrerá desse vírus de pobre, num esquete macabro diante da situação real. De novo, que a saúde do comediante seja uma espécie de cura coletiva pois estamos precisando de algum riso e muita crítica nesse Brasil chocante. Pega seu terço não importa o seu credo e faz um apelo para seu Deus não levar o Valdomiro, nosso querido Valdo para o lado de lá. Apesar do personagem do Paulo fazer parte do esquema da Lava-jato, ele é uma especie de nosso adorável malvado. Disso a gente entende. Vai que cola!