Estava pensando na exclusão total de participantes 50+ no atual BBB22. Sinto falta desse cruzamento de gerações. É impensável tratar a maturidade como despedida da cena social ou será que ainda acreditamos que os mais velhos não têm capacidade para causar, ousar, amar?
É necessário que a sociedade brasileira faça essa ponte entre corpos duros, bundas saradas, silicones, megahairs com Viagras, pomadas de estrogênio, antidepressivos e canabidiol.
Os maduros estão liderando uma verdadeira revolução nos costumes. Não somos mais aqueles desdentados de bengala, mijados e deprimidos. Estamos – muitos até quase 90 anos – segurando a onda de uma contemporaneidade avassaladora. Centenários até. Dizem que a pessoa que vai viver 150 anos neste atual mundo já nasceu.
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E ainda estamos preocupados com inclusão apenas da moça com vitiligo, do rapaz gay, da moça negra? Isso é muito pouco. Os maduros são a grande revolução da tecnologia e da ciência. Com a pandemia avançamos por demasiado no estudo de células, proteção à vida, imunização para melhor existir além dos grandes saltos que permitiram que os mais velhos fossem os primeiros a se vacinarem, os primeiros a testarem, os primeiros a sobreviverem depois da segunda dose.
Claro que eu não sou Poliana e não estou falando em mundo sem doenças, sem Alzheimer, sem assistência aos prejudicados e anti-blindagem aos maus tratos. Isso está rolando solto e, infelizmente, ceifando vidas, bolsos e corações. Cuidar de um parente senil é uma barra. Exige treino, grana e muita empatia.
Mas se pensarmos, a velhice é algo que chegará para todos. Pretos, deficientes, LGBTQI+, umbandistas, judeus, reacionários, guerrilheiros. A outra opção é bem pior, sabemos. Então, Boninho, ainda dá tempo de colocar na turma Pipoca e na ostentação do Camarote, dois representantes maduros. Vai ser uma pororoca das melhores.